Sudeste Asiático

CONHECENDO AS FILIPINAS E TAIWAN


Final de dezembro de 2023 e início de janeiro de 2024: viajamos para conhecer as Filipinas e Taiwan, no extremo oriente, do outro lado do mundo. Voamos pela Qatar Airlines, com escala em Doha (no Qatar), tanto na ida, quanto na volta. O aeroporto de Doha é imenso e com uma infraestrutura invejável: conta inclusive com uma “mata” ou “floresta” no seu interior, com “cachoeira” (“quedas d´água”) e locais para descansar!

 


Doha – Aeroporto de Doha

 

Doha – Divina no Aeroporto de Doha

  

Doha – Miniatura de barco no Aeroporto de Doha

 

 

Doha – Instalação com queda de água em formato circular no Aeroporto de Doha

 

 

Doha – Instalação evocando a cultura árabe no Aeroporto de Doha

 

 

Doha – Turbina imensa do avião da Qatar Airlines



FILIPINAS

Desembarcamos na cidade de Manila, capital das Filipinas, um país insular do sudeste asiático, que é na verdade um grande arquipélago no Mar do Sul da China composto por cerca de 7 mil ilhas! As Filipinas têm cerca de 114 milhões de habitantes e uma renda per capita de cerca de um terço da renda per capita brasileira, sendo, portanto, mais pobre que o nosso país e, pelo que percebemos, com muitas desigualdades sociais como ocorre com o Brasil: em Manila, observamos muitas famílias, com crianças, morando nas ruas, simplesmente por pobreza. A religião mais forte das Filipinas é a cristã (de vertente católica, fruto da colonização espanhola, do século 16 até 1898). Além disso, as Filipinas são um país multilíngue, sendo que, de acordo com a Constituição, há duas línguas oficiais, o filipino e o inglês (fruto da colonização norte-americana entre 1898 e a segunda guerra mundial).

 

 

Filipinas – Dois mapas das Filipinas

 

Quando foi feita a primeira volta ao mundo (circum-navegação da Terra), o português Fernão de Magalhães, em uma expedição financiada pela Espanha, no meio do caminho, acabou atingindo as ilhas das atuais Filipinas, e morreu em 1521 em um conflito com os habitantes locais da ilha de Mactan. As Filipinas se tornaram uma colônia espanhola até o final do século 19: o nome do país (Filipinas) foi dado em 1543 para homenagear o Rei Felipe II da Espanha. Em 1898, após a derrota da Espanha na guerra com os Estados Unidos (Guerra Hispano-Americana), as Filipinas, em certo sentido, “trocaram de dono”, tonando-se colônia dos EUA. Quando uma nação não conquista por si mesma a liberdade e a independência, e precisa de um libertador (como ocorreu com as Filipinas que foram "libertadas" da Espanha pelos Estados Unidos), o problema que surge é: quem vai libertar aquela nação de seu "libertador". Aliás, nenhum país vem "libertar" uma outra nação, se não tiver interesses econômicos e o propósito de substituir a antiga potência colonial: as intervenções dos Estados Unidos pelo mundo afora (invadindo militarmente países e desestabilizando governos não alinhados aos seus interesses) desde o final da Segunda Guerra Mundial, como no Vietnã, na América Latina e no Oriente Médio (invasão do Iraque e do Afeganistão, por exemplo). É muita ingenuidade ou desinformação (ou até mesmo alienação ou má fé) achar que os Estados Unidos têm como propósito espalhar a democracia ou os direitos humanos pelo mundo: o propósito das intervenções militares e políticas estadunidenses pelo mundo afora nas últimas oito décadas foi acima de tudo defender os seus interesses econômicos.

Durante a Segunda Guerra Mundial, na Guerra do Pacífico entre Japão e Estados Unidos, as Filipinas foram ocupadas pelas forças armadas japonesas. Uma das batalhas mais mortais deste conflito foi a batalha de Manila que foi travada entre fevereiro e março de 1945, com a região central da cidade, conhecida como “Intramuros” ficando quase que completamente destruída: ela acabou redundando na expulsão das forças japonesas das Filipinas que um ano depois, em 1946, conseguiram a sua independência formal como nação, mas que até hoje mantém uma grande relação de dependência política, econômica e militar com os Estados Unidos.

 

 

Manila – Monumento aos mortos na Batalha de Manila que libertou o país da ocupação japonesa entre fevereiro e março de 1945

 

Entre os anos 1960 e 1980, durante a guerra fria entre EUA e URSS, assim como o ocorreu com o Brasil, as Filipinas tiveram um governo autoritário entre 1965 e 1986 (inclusive com Lei Marcial após 1972) do ditador Ferdinand Marcos, que fugiu para o Havaí após ser derrubado por um movimento popular democrático em 1986. Durante a guerra fria, existia um grande receio de que com a vitória do Vietnã na guerra que este país travou contra a ocupação norte-americana, outros países da região também seguissem o caminho comunista, como era o caso do regime vietnamita, e este receio era maior sobretudo quanto às Filipinas e à Indonésia: esta guinada à esquerda não ocorreu, como bem sabemos pela história dos últimos 50 anos do sudeste asiático.

A esposa de Ferdinand Marcos ficou conhecida pelos seus gastos extravagantes (estima-se que ela teve uma coleção com entre 1000 e 3000 pares de sapatos, muitos deles de grifes de luxo) e pelas acusações de envolvimento em casos de corrupção que teriam permitido que ela acumulasse uma grande riqueza ilicitamente durante o governo de seu marido.

Mais recentemente, entre 2016 e 2022, o presidente das Filipinas (eleito pela população) foi Rodrigo Duterte, uma espécie de pré-Bolsonaro da região, com declarações “simplistas” e uma política de combate à criminalidade por meio de assassinatos extrajudiciais de usuários de drogas e acusados de terem cometido crimes. Em 2022 foi eleito como presidente das Filipinas Marcos Junior, o filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, que é o atual (em 2024) governante do país.

Como as Filipinas são compostas de uma grande quantidade de ilhas tivemos que fazer algumas viagens de avião entre estas ilhas, tendo como base a capital do país, Manila, uma cidade gigantesca com cerca de 12 milhões de habitantes e muitas carências sociais. Por isso, ficamos em dois hotéis em Manila, em dois momentos distintos de nossa viagem: no Hotel Rizal Park e no “Manila Hotel”, um hotel charmoso, tradicional e antigo, no qual já tiveram hospedados John Kennedy e os componentes dos Beatles. Conseguimos descontos e pagamos um valor razoavelmente barato para nos hospedar nestes dois hotéis, que normalmente custam mais caro que o valor que desembolsamos por eles. 

  

Manila – Piscina no alto do Hotel Rizal Park

 

 

Manila – Saguão do Manila Hotel

  

Manila – Divina com funcionária do Manila Hotel


Manila – Pianista tocando no saguão central do Manila Hotel

  

Manila – Parábolas de jatos de água na piscina do Manila Hotel

 

Um nome muito importante para a história das Filipinas é o de José Rizal que é considerado um herói nacional por seu papel significativo no movimento de luta pela independência filipina do domínio colonial espanhol: Rizal foi executado pelo governo espanhol em 30 de dezembro de 1896. A grande praça no centro de Manila é intitulada “Rizal Park” em homenagem a este mártir da luta contra o colonialismo espanhol.

 

 

Manila – Divina no Rizal Park

 

Manila – Fontes de águas dançantes de noite no Rizal Park

 

Manila – Arcos em forma de corações no Rizal Park

 

 

Manila – O Martírio do Dr José Rizal (seção do Rizal Park)

 

Manila – Estátuas, em uma seção do Rizal Park, tratando do fuzilamento de José Rizal

 

Perto do Rizal Park, visitamos o Museu Nacional de Belas Artes e o Museu Nacional de Antropologia.

 

 

Manila – Museu Nacional de Belas Artes

 

Manila – Museu Nacional de Antropologia

 

 

Manila – Área interna do Museu Nacional de Antropologia

 

A região ao lado do Rizal Park, murada (como faziam os espanhóis para proteger as suas fortificações) é chamada de Intramuros: é uma região que ficou quase toda destruída na Batalha de Manila (em 1945) e que vem sendo reconstruída aos poucos, mantendo as suas características coloniais espanholas, de modo a atrair turistas. No Intramuros visitamos a Catedral de Manila, a Igreja de San Agustin, o Santuário Rizal ou “Rizal Shrine” (um museu dedicado a preservar e divulgar a história da vida de José Rizal) e jantamos no Restaurante Barbara´s onde pudemos apreciar um espetáculo de música e dança típicas das Filipinas.

 

 

Manila – Catedral de Manila

 

 

Manila – Igreja de San Agustin

 

 

Manila – Espetáculo de música e dança no Restaurante Barbaras

 

 

Manila – Rua da região do Intramuros

 

 

Manila – Forte Santiago no Intramuros

 

 

Manila – Rio Pasig ao lado do Intramuros

 

 

Manila – Rizal Shrine (Santuário Rizal)

 

 

Manila – Estátua de Rizal em frente ao Rizal Shrine

 

 

Manila – Representação do julgamento de Rizal, no Rizal Shrine

 

            Fomos em alguns restaurantes saborosos em Manila: comemos uma deliciosa paella no Restaurante Casa Armas, degustamos gostosas “pastas” (massas) no Café Adriático e fizemos um jantar muito especial e exótico, em uma espécie de "experiência imersiva gastronômica e psicológica" (com 5 pratos) e vivencial, no Restaurante "Van Gogh is Bipolar" (Van Gogh é Bipolar").

 

Manila – Praia em Manila perto do Rizal Park

 

 

Manila – Paella no Restaurante Casa Armas

 

 

Manila – Jantando no Restaurante Café Adriático

 

 

Manila – Divina na inusitada porta de entrada do Restaurante Van Gogh é Bipolar

 

 

Manila – Divina tomando chá com coroa de princesa no Restaurante Van Gogh é Bipolar

 

 

Manila – Banheiro do Restaurante Van Gogh é Bipolar

 

            Em Manila, fomos também a uma praia perto do Rizal Park e na região mais ao sul da cidade passamos pelo Centro de Convenção Internacional das Filipinas (onde estava ocorrendo um evento de formatura de enfermeiras) e fomos para a região do “Mall of Asia” (MOA) ou “Shopping da Ásia”, onde andamos de Roda Gigante (MOA Eye – Olho do MOA) e fizemos um passeio de barco pela baía de Manila ao entardecer.

 

Manila – Divina em evento de formatura de enfermeiras no Centro de Convenção Internacional das Filipinas

 

 

Manila – Mall of Asia (MOA)

 

 

Manila – Roda Gigante do Mall of Asia (MOA Eye)

 

 

Manila – Dentro da Roda Gigante

 

Manila – Passeio de barco pela baía de Manila

 

Manila – Pôr do Sol durante o passeio de barco pela baía de Manila

 

Conhecemos duas regiões diferentes de ilhas na região sul das Filipinas. Em primeiro fomos de avião para a pequena ilha de Panglao que está ligada por ponte à ilha maior e mais famosa de Bohol. Em Panglao, ficamos hospedados em um hotel nas proximidades da praia de Alona.

 

Panglao – Praia de Alona

 

Panglao – Piscina de nosso hotel

 

            Tendo como base nosso hotel em Panglao, fizemos dois passeios contratados em uma agência de turismo, para conhecer pontos turísticos da ilha de Bohol. O primeiro destes passeios foi noturno: fomos, de carro (van) e depois de barco, observar os vagalumes que ficam em algumas árvores na beira do Rio Abatan, fazendo com que elas pareçam “Árvores de Natal”, tamanha é a quantidade de vagalumes existentes, piscando muito em suas atividades de caráter reprodutivo. Foi realmente uma atração maravilhosa e totalmente inusitada.

 

 

Bohol – Árvore com vagalumes à beira do Rio Abatan

 

 

Bohol – Divina se maravilhando com a árvore cheia de vagalumes

 

 

Bohol – Informações sobre o habitat e a ecologia dos vagalumes

 

            No dia seguinte, fizemos um day tour (passeio de um dia) para conhecer várias atrações turísticas da Ilha de Bohol. Fomos primeiramente conhecer as “Chocolate Hills” (“Colinas de Choicolate”): no período mais de seca (nós não estávamos ainda nesta época de seca quando visitamos a região), estas colinas (que têm um formato cônico) dão a impressão de serem feitas de chocolate.

 

Bohol – Colinas de Chocolate (Chocolate Hills)

 

            Fomos também conhecer a Reserva dos Tarsiers, uns símios (macacos) bem pequeninos (um pouco maior que o tamanho de uma maçã) e orelhudos que ficam dormindo de dia, pois têm hábitos noturnos. A impressão é de que é um animalzinho extremamente frágil!

 

 

Bohol – Tarsier

 

Bohol – Divina na entrada da Área de Conservação de Tarsiers de Bohol

 

 

Bohol – Tarsier dormindo no galho de uma árvore

 

Bohol – Reserva de Tarsiers

 

Bohol – Divina em frente à pintura de um Tarsier no aeroporto

 

Em Bohol, passeamos por uma ponte suspensa (hanging bridge) de bambu, visitamos a Igreja Católica Baclayon e visitamos uma reserva de animais em que era possível visitar um borboletário (com borboletas pousando perto das nossas mãos e em nossos ombros) e passar a mão em pítons (pythons), cobras imensas (não venenosas) encontradas no sudeste asiático que estão entre a maiores serpentes do mundo, junto com sucuris e anacondas (algumas cobras pítons têm a pele mais escura, enquanto outras são albinas e têm a pele de cor bem mais clara).

 

Bohol – Ponte suspensa de bambu

 

 

Bohol – Igreja Baclayon

 

 

Bohol – Teto da Igreja Baclayon (Concebida)

 

 

Bohol – Teto da Igreja Baclayon (Sem Pecado)

 

Bohol – Teto da Igreja Baclayon (Puríssima)

   

Bohol – Mar da região em frente à Igreja Baclayon

 

 

Bohol – Divina com borboletas

 

 

Bohol – Ricardo e Divina com borboletas

 

Bohol – Ricardo com cobras pítons

 

            De Panglao voamos para uma outra região mais a oeste das Filipinas para conhecer a cidade de Coron que fica na ilha de Busuanga que está ao norte da ilha de Palawan.

 

 

Coron – Vista da baía de Coron a partir do alto de nosso hotel

 

Coron – Pôr do sol em Coron, vista do alto de nosso hotel

 

Coron – Cidade de Coron vista de um passeio de barco que fizemos

 

Coron – Eu sou Coron (I am Coron)

 

Coron – Rua da cidade de Coron

 

Coron – Suco refrescante de pepino em restaurante de Coron

 

Coron – Piscina no alto do edifício do nosso hotel em Coron

 

Em Coron, compramos um passeio de barco de um dia para visitar a região da baia e a ilha em frente à cidade de Coron (ilha que também se chama Coron), para fazer snorkel, andar de caiaque, nadar e conhecer belas paisagens.

 

 

Coron – Ricardo e Divina no barco

 

Coron – Passeio de barco

 

Coron – Vista da ilha de Coron (parece uma paisagem do filme Parque dos Dinossauros)

 

Coron – Perto da ilha de Coron

 

Coron – Ricardo na água ao lado do barco

 

 

Coron – Passeando de caiaque

 

Coron – Bela paisagem do alto da ilha de Coron

 

Coron – Ricardo no lago Kayangan na Ilha de Coron

 

Coron – Divina prestes a entrar para nadar no Lago Kayangan na ilha de Coron

 

Coron – Vista do avião de parte da ilha em que fica Coron

  

TAIWAN (ILHA DE FORMOSA)

 

            Das Filipinas fizemos um voo de duas horas para o norte para conhecermos Taiwan (que fica na ilha de Formosa) onde ficamos por alguns dias e conhecer um pouco mais sobre a cultura chinesa.

Taiwan é a China Insular, a denominada província rebelde pelo governo da República Popular da China (ou seja, a China Continental). Taiwan tem uma população de 23 milhões de habitantes e uma renda per capita igual aproximadamente ao triplo da renda per capita do Brasil: Taiwan é, portanto, ao contrário das Filipinas, mais rica que o nosso país. A sua capital, situada no extremo norte da ilha, é Taipei, cuja área metropolitana tem uma população de cerca de 7 milhões de habitantes. A ilha de Formosa está localizada mais ou menos em paralelo com a costa da China continental, tem uma extensão no seu eixo norte-sul de pouco menos que 400 km e a sua extremidade norte (onde está Taipei) está situada a cerca de 180 km da cidade de cidade de Xiamen, em Fujian, na China continental.

 

Taiwan – Dois mapas de Taiwan

 

Os portugueses deram o nome de “Formosa” a esta ilha quando a alcançaram pela primeira vez em 1544; holandeses e espanhóis também tentaram dominar esta ilha. No século 17, os chineses da dinastia Ming (1368-1644) começaram a se estabelecer na ilha, mas foi durante a dinastia Qing na China (1644-1912), que Taiwan foi incorporada ao império chinês: em 1683, a dinastia Qing (a última dinastia antes da transformação da China em uma República, em 1912, com o fim do governo imperial e o estabelecimento de uma república na China) derrotou o Reino de Tungning, que era liderado por membros da dinastia Ming que fugiram para Taiwan após a queda da dinastia Ming na China continental.

Após a Primeira Guerra entre a China e o Japão, ou Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), Taiwan tornou-se colônia do Japão e permaneceu sob domínio japonês até o final da Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945) que para os chineses foram parte da Segunda Guerra Mundial (1939-1945): aliás, é interessante perceber que se para o mundo todo, a Segunda Guerra Mundial começa em 1939 (com o início da invasão da Polônia pelo exército alemão em 01/09/1939), para a China a Segunda Guerra Mundial começa dois anos antes, em 1937, com a invasão do território chinês pelas forças armadas japonesas (que se iniciou em 07/07/1937).

Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, Taiwan foi devolvida à China em 1945; no entanto, a administração efetiva da ilha foi assumida pelos Aliados, liderados pelos Estados Unidos. Com a Revolução Comunista, a  vitória dos comunistas liderados por Mao Zedong na Guerra Civil Chinesa e o estabelecimento da República Popular da China (RPC), em 1949, o governo nacionalista, alinhado com os EUA e politicamente de direita do Kuomintang (partido liderado pelo nacionalista Ching Kai-shek, o rival de Mao Zedung na época) que governara a China até 1949 fugiu para Taiwan neste ano, mantendo-se como uma entidade separada da República Popular da China que foi estabelecida no continente (a China em certo sentido passou a ter dois governos, um, comunista, no continente e outro, nacionalista, em Taiwan). A partir de 1949, Chinag Kai-shek estabeleceu um governo de perfil autoritário e ditatorial em Taiwan que foi governado por ele até morrer em 1975; com sua morte quem o sucedeu foi seu filho, Chiang Ching-kuo. Em 1987, ocorreu a revogação da Lei Marcial, que estava em vigor desde a Guerra Civil Chinesa (final dos anos 1940) e em 1988 foi permitida a formação de partidos políticos adicionais, além do Kuomintang (KMT) que governou a ilha desde 1949. Em 1996, Taiwan realizou suas primeiras eleições presidenciais diretas, o que foi um marco importante na democratização. Lee Teng-hui foi eleito como o primeiro presidente democraticamente eleito de Taiwan.

A língua de Taiwan é o chinês e a cultura de Taiwan é também completamente chinesa: Taiwan é China! Assim, até hoje, quanto à representação do povo chinês, de certo modo, tanto o governo da República Popular da China, no continente (com uma população de 1,4 bilhões de habitantes), quanto o governo da República da China, na ilha de Formosa (com uma população de 23 milhões de habitantes), se reivindicam como representantes do povo chinês.

A política externa da República Popular da China é de que só há uma China e de que Taiwan é uma província rebelde. Para a análise completa desta questão é importante lembrar que a civilização chinesa é a que mais largamente sobreviveu desde a antiguidade, mantendo muitas características próprias por cerca de 5 mil anos de existência! A esmagadora maioria dos países do mundo reconhecem a República Popular da China como a representante legítima do povo chinês, inclusive o Brasil e os próprios Estados Unidos, que, em certa medida, mantém uma certa posição dúbia, pois, apesar de reconhecerem a República Popular da China como a representante do povo chinês (algo que foi estabelecido nos anos 1970 pelo governo Nixon), também dão apoio ao governo Taiwan na sua luta ideológica e econômica contra o governo comunista chinês. Dentre os pouquíssimos países que reconhecem Taiwan estão apenas cerca de pouco mais de uma dezena de países geralmente insulares, muito pequenos e que contam com uma população minúscula, como Palau, Ilhas Marshall, Nauru, Tuvalu e Ilhas Salomão.

Taiwan não é um membro das Nações Unidas (ONU). A República Popular da China (RPC) considera Taiwan como uma província (“rebelde”) chinesa e reivindica soberania sobre a ilha. Como parte da política de “Uma Só China”, a RPC é reconhecida como o único governo legítimo da China nas Nações Unidas. Como, no futuro, vai ser resolvida esta questão da “província rebelde de Taiwan” é uma questão que são os chineses que terão que resolver (e não potências ocidentais, como os Estados Unidos e nações europeias): torço que o processo de solução deste problema seja pacífico, como foi o retorno de Hong Kong para a China em 1997, após esta cidade ser controlada como uma colônia por mais de um século pelos ingleses.

Taiwan se enriqueceu muito na segunda metade do século 20, junto com outros dos chamados, na época, de tigres asiáticos, como Japão, Coreia do Sul e Singapura, sobretudo a partir de ações governamentais e da intervenção estatal que criaram políticas públicas para industrializar o país, sobretudo em áreas de fronteira tecnológica, como a área de semicondutores. Uma única empresa de Taiwan, a TSMC (“Taiwan Semiconductor Manufacturing Company”), atualmente (2024) controla 80% da produção mundial de chips muito pequenos de 3 nanômetros de tamanho, chips estes que são essenciais em grande parte dos produtos que consumimos, como celulares e veículos. É importante lembrar que esta riqueza tecnológica foi produzida não pela ação espontânea do mercado e de empresários (como muitas vezes pensam aqueles que se alinham politicamente com o neoliberalismo), mas sim pela intervenção direta do estado (em parcerias obviamente com o setor privado) que criou as condições políticas e econômicas (por meio de políticas públicas) para que empresas pudessem ter sucesso em áreas que eram dominadas totalmente por concorrentes muito mais poderosos norte-americanos e europeus. Os exemplos de países como Taiwan, Coreia do Sul e Singapura, ao contrário do que muitos pensam, mostram que a intervenção do estado e a ação governamental são fundamentais para o desenvolvimento econômico, social e tecnológico de uma nação.

Na capital de Taiwan, visitamos o edifício Taipei 101 (inclusive subimos até o alto dele), que foi o edifício mais alto do mundo desde a sua conclusão em 2004 até 2010, quando foi ultrapassado pelo Burj Khalifa em Dubai, Emirados Árabes Unidos, que se tornou o novo detentor do título de edifício mais alto do mundo. Passamos a noite da virada de ano de 2023 para 2024 admirando os fogos de artifício do Taipei 101: foi um espetáculo belíssimo!

 

 

Taipei – Divina e o edifício Taipei 101

 

 

Taipei – Divina descansando no alto do edifício Taipei 101

 

Taipei – Ricardo e Divina embaixo do edifício Taipei 101

 

Taipei – Divina em um túnel de flores na calçada ao lado do edifício Taipei 101

 

Taipei – Divina no alto do edifício Taipei 101

 

Taipei – Divina com asas de uma anja no alto do edifício Taipei 101

 

Taipei – Edifício Taipei 101 de noite

 

Taipei – Show de rua na noite de 31 de dezembro de 2023

 

 

Taipei – Pessoas esperando os fogos do Tapiei 101, em frente ao Dr Sun Yat-sen Memorial Hall

 

 

Taipei – Fogos de artifício a partir do edifício Taipei 101 na noite de 31 de dezembro de 2023

 

Nos andares do alto do prédio Taipei 101 há uma grande esfera amarela com cerca de 660 toneladas de massa que serve de amortecedor, já que Taiwan está em uma região com grande incidência de terremotos. Esta esfera amortecedora é uma inovação arquitetônica projetada para melhorar a estabilidade e reduzir os efeitos de terremotos e ventos fortes sobre o arranha-céu. Ela é um "pêndulo sintonizado a um amortecedor de massa" que serve como um contrapeso móvel no topo do edifício, contrabalançando as forças laterais causadas por terremotos ou ventos. Isso ajuda a reduzir o movimento do edifício, melhorando a estabilidade e a segurança.

A esfera amortecedora suspensa por cabos é projetada para ter uma frequência natural de oscilação que corresponde à frequência dos movimentos causados por terremotos, podendo se mover livremente em resposta aos movimentos sísmicos ou às forças de vento em um movimento pendular que essencialmente absorve e dissipa energia. Esse fenômeno envolve o conceito físico de “ressonância”: a ideia é que a esfera entre em ressonância oposta aos movimentos do prédio, reduzindo assim a amplitude dos movimentos sísmicos. A grande massa da esfera ajuda a dissipar muita da energia de um movimento sísmico, reduzindo significativamente a amplitude das oscilações do edifício durante terremotos, melhorando a segurança estrutural e diminuindo o risco de danos. O Taipei 101, com sua esfera amortecedora, é um exemplo de como a engenharia estrutural pode ser usada para mitigar os efeitos de forças naturais em edifícios altos. A ciência envolvida neste sistema amortecedor contra terremotos pode ser compreendida melhor pelo vídeo de 8 minutos intitulado “How a Giant Pendulum Made Taipei101 Possible!” (“Como um Pêndulo Gigante tornou o edifício Taipei 101 possível!”) que está disponível no link <https://www.youtube.com/watch?v=mGe9zjwK2gQ>. 

Em 2022, em um terremoto de magnitude 6,8 na escola Richter que ocorreu em Taipei, a esfera oscilou e funcionou, amortecendo o efeito do tremor e impedindo danos ao edifício, como é possível assistir no vídeo de 1 minuto e 37 segundos intitulado "The Taipei 101 stabilizing ball during the 6.8 earthquake in Taiwan (September 18, 2022)" que está disponível para ser assistido no link <https://www.youtube.com/watch?v=k51nFin7Wzc&t=25s>.

 

Taipei – Esfera amortecedora contra terremotos de 660 toneladas no alto do Edifício Taipei 101

 

            Um dos passeios principais em Taipei é visitar o edifício do Memorial a Chiang Kai-shek e a grande praça (Liberty Square ou Praça da Liberdade) onde está edifício está situado. A cada hora, durante o dia, ocorre a troca da guarda e é bacana ver todo o ritual envolvido. Na região da praça onde fica este Memorial está o Arco da Praça da Liberdade e também o belo prédio em estilo chinês do Teatro Nacional e Sala de Concertos (National Theater and Concert Hall).

  

Taipei – Divina e o Memorial Chiang Kai-shek

  

Taipei – Prédio do Memorial Chiang Kai-shek

 

Taipei – Memorial Chiang Kai-shek

 

Taipei – Visão do alto do Memorial Chiang Kai-shek

 

 

Taipei – Troca da guarda dentro do Memorial Chiang Kai-shek

 

 

Taipei - Teatro Nacional e Sala de Concertos

 

 

Taipei – Arco da Praça da Liberdade

 

Taipei – Arco da Praça da Liberdade de noite

 

Taipei – Estrutura para shows na praça do Memorial Chiang Kai-shek

 

            Em Taipei visitamos também o belíssimo Templo Longshan, o Museu do Palácio Nacional (National Palace Museum), o Museu Nacional de Taiwan (National Taiwan Museum), o Land Bank Exibition Hall (uma espécie de ala do Museu Nacional de Taiwan, situado na rua em frente a ele), o Memorial Nacional Dr Sun Yat-sem (o primeiro presidente da República da China, a partir de 1912, após a queda do último imperador chinês), o Jardim Botânico e o 2-28 Peace Memorial Park (o incidente de 28 de fevereiro de 1947 foi um levante antigovernamental em Taiwan que foi violentamente reprimido pelo Kuomintang, o partido do governo nacionalista da República da China, e que provocou milhares de mortes de civis).

 

 

Taipei – Rua enfeitada de Taipei

 

 

Taipei – Templo Longshan

 

 

Taipei – Interior do Memorial Dr Sun Yat-sem

 

Taipei – Museu Nacional de Taiwan

  

Taipei – Esqueleto de dinossauro no Land Bank Exibition Hall

 

Taipei – Divina em frente ao Museu do Palácio Nacional

 

Taipei – Museu do Palácio Nacional

 

Taipei – Divina na entrada do Museu do Palácio Nacional

 

Taipei – Caminhando no Jardim Botânico

 

Taipei – Lago do Jardim Botânico

 

Taipei – 2-28 Peace Memorial Park

 

            Em frente ao Edifício Presidencial (Presidential Office Buiilding), pudemos apreciar os treinamentos prévios das apresentações musicais e do desfile militar que ocorreriam de fato no dia 1 de janeiro.

  

Taipei – Edifício Presidencial

 

Taipei – Treinamento de desfile militar em frente ao Edifício Presidencial

  


Taipei – Banda de música em frente ao Edifício Presidencial

 

Taipei – Meninas ensaiando em frente ao Edifício Presidencial para a cerimônia de 1 de janeiro de 2024

 

             Esta viagem que fizemos para Taiwan e para as Filipinas nos mostrou dois povos distantes, em termos geográficos, de nós brasileiros, mas com culturas fascinantes!

              Foi muito bom na volta para casa, encontrar nossos quatro viralatas (Laila, Vênus, Leia e Nino) que festejaram muito quando regressamos. Bom, para ser franco, eles já festejam diariamente, toda noite, quando voltamos para casa depois do trabalho como se tivessemos ficado semanas ou meses fora de casa!


Laila


Vênus


Leia


Nino


--------------------------------------------------

VIAJANDO PELA INDONÉSIA, SINGAPURA E MALÁSIA


Final de dezembro de 2015. Resolvemos viajar para o sudeste asiático e conhecer três países da região: Indonésia, Singapura e Malásia! Passamos a ceia de natal com meu pai em Mogi das Cruzes e, em seguida, pegamos o avião rumo ao sudeste asiático com escalas em Madri, Paris (numa parada de duas noites) e Dubai...
Do Brasil para a Europa voamos pela empresa espanhola (de baixo custo) Air Europa e da Europa para o sudeste asiático voamos pela excelente Emirates.
Nosso objetivo era começar por Jacarta, a capital da Indonésia, portanto desembarcamos pela Emirates em Kuala Lumpur (capital da Malásia) e no mesmo dia pegamos um voo para Jacarta.

INDONÉSIA

Em Jacarta, ficamos hospedados em um hotel da rede Ibis. Fizemos a reserva pela nossa conta que temos no site da rede: www.accorhotels.com. É bem prático. Em todos os outros hotéis em que ficamos hospedados nesta viagem, nós fizemos a reserva com antecedência pelo site www.booking.com. Este é um site realmente muito bom e que tem nos ajudado bastante em nossas andanças pelo mundo. Jacarta fica na parte oeste da ilha de Java.
A Indonésia é um país insular, ou seja, sua população gigantesca de 250 milhões de habitantes (maior que a brasileira) está distribuída em cerca de 17 mil ilhas no sudeste asiático: é possivelmente o maior arquipélago do mundo! Aliás, há mais de quinze mil anos, na última era do gelo, quando o nível dos mares estava mais de cem metros abaixo do seu atual nível, quase todas estas ilhas eram parte do continente asiático, pois formavam um continuum de massa continental e terrestre que quase se ligava com a Austrália: faltaram apenas algumas dezenas de quilômetros para esta ponte de ligação terrestre ser entre Ásia e Austrália ser total e plena. Mesmo assim, foi graças a esta “ponte” que se supõe que o ser humano conseguiu migrar para a Austrália há cerca de 40 mil anos, navegando a estreita faixa de mar que restava com as embarcações rudimentares da época: estes sim foram os ancestrais dos atuais viajantes aventureiros; eles originaram as populações ancestrais dos atuais aborígenes australianos. Assim sendo, a Indonésia é uma nação transcontinental, pois está localizada entre dois continentes: a Ásia e a Oceania. Quase 60% da população do país vive na ilha de Java onde está a capital, Jacarta, uma cidade gigantesca com cerca de 9 milhões de habitantes. A língua oficial do país é o indonésio e é utilizado o nosso alfabeto latino.
Desde os primeiros séculos da era cristã, a Indonésia foi constituída por reinos que se aproveitaram do fato de que a sua posição geográfica era intermediária no comércio de duas grandes civilizações: a China e a Índia. Consequentemente, estes reinos eram hinduístas e/ou budistas. No final da idade média, comerciantes árabes trouxeram o islamismo que agora é a religião de quase 90% da população do país. Na sequência a partir do século XVI chegou o cristianismo com os europeus que aqui desembarcaram e transformaram a região em colônia europeia: primeiro os “nossos” portugueses (a partir de 1513), depois (por muito tempo) os holandeses e, por um breve interregno, também os ingleses, além dos japoneses, durante a segunda guerra mundial. Os holandeses tomaram a cidade de Jacarta em 1619, a renomeando de Batávia e ficaram como potência colonizadora até 1950, quando a Indonésia conseguir a sua independência sob a liderança de Sukarno que se transformou no primeiro presidente do país.
No dia seguinte a nossa chegada em Jacarta, saímos caminhando do hotel rumo ao centro da cidade, que tem uma praça imensa e um monumento, em forma de obelisco com uma chama sobre ele e que foi construído após a independência do país: é uma espécie de marco zero da cidade. No caminho, neste dia 30 de dezembro de 2015, paramos em uma bela avenida que ia rumo ao centro, toda arborizada (Jacarta está mais ou menos próxima da linha do Equador) e com plantas tropicais; aí, quando o semáforo fechou, eu fui para perto da avenida e tirei uma foto dela com uma cafeteria Starbucks (e uma lanchonete Burger King) ao fundo.

Foto – Avenida de Jacarta com cafeteria Starbucks ao fundo em 30 de dezembro de 2015

Bom, duas semanas depois disto, no dia 14 de janeiro de 2016, quando já estávamos na França nos preparando para voltar para o Brasil, soubemos pela internet que um grupo fundamentalista muçulmano estava fazendo uma série de atentados terroristas em Jacarta, sendo que o principal destes atentados estava ocorrendo em uma cafeteria Starbucks. Baixei uma foto que mostro a seguir de um momento durante este atentado, quando as forças policiais estavam tentando conter os terroristas.

Foto – Foto do atentando terrorista de 14 de janeiro de 2016 em uma cafeteria Starbucks de Jacarta

Notem que as duas fotos foram tiradas exatamente da mesma posição, mas com duas semanas de diferença entre elas! Terrorismo há infelizmente em todas as partes do mundo, inclusive em cidades de países mais desenvolvidos, como já ocorreu em Paris, Londres, Madri, Nova York, etc. Mas resolvi refletir acerca desta coincidência sobre outro ponto de vista... O acaso rege muita coisa de nossas vidas, muito mais do que geralmente aceitamos. Muita coisa de nossa vida, tanto dos nossos sucessos, quanto dos nossos fracassos, dependem de estar ou não estar em um certo local no espaço e em um certo instante no tempo, o que é absolutamente aleatório! Portanto é sempre prudente um pouco de humildade, sobre nós mesmos, nossas vidas e nossos eventuais sucessos! A sorte nos ajuda desde o nosso nascimento ... tivéssemos nascido de um zigoto fecundado em um país africano sobre guerra civil e com epidemia de AIDS e situações de miséria extrema, o nosso destino teria sido bem outro...
O centro de Jacarta tem obras monumentais para relembrar a população da luta pela independência. E bem no centro da sua ampla praça central (denominada “Praça da Liberdade” ou “Freedom Square”) , está o famoso Monumento Nacional em forma de obelisco construído na gestão do presidente Sukarno que liderou a independência da Indonésia e foi um importante líder terceiro-mundista nos anos 1950 e 1960: ele liderou o bloco dos países não-alinhados, uma tentativa de estabelecer um caminho independente dos EUA e da URSS em plena guerra fria. Mas em meados da década de 1960, na situação de recrudescimento da guerra do Vietnã, os Estados Unidos, incentivaram um golpe de estado que colocou o general Suharto no poder por cerca de três décadas. Este golpe (que ocorreu um pouco depois do golpe militar no Brasil) foi extremamente sanguinário, pois como o Partido Comunista da Indonésia era o terceiro maior partido comunista do mundo na época (depois do russo e do chinês), o novo governo ditatorial de direita iniciou um massacre aberto contra qualquer um que fosse acusado de ter ligações com comunistas. Foi um banho de sangue que redundou no assassinato de cerca de meio milhão de indonésios que supostamente teriam inclinações comunistas ou esquerdistas! Os EUA tinham medo de que a Indonésia pudesse seguir os mesmos passos do vizinho Vietnã e estabelecesse um governo contrário aos interesses norte-americanos na região. Este foi mais um dos crimes contra a auto-determinação dos povos cometidos pelos EUA durante o século XX.


Foto – Obelisco do no centro de Jacarta

O interessante ao longo de toda esta nossa viagem, sobretudo na Indonésia, era a quantidade imensa de habitantes locais que pediam para tirar fotos conosco: acabávamos nos sentindo celebridades, tamanho era o assédio. Nas primeiras vezes era legal, mas a partir de um certo momento, ficou meio cansativo, e evitávamos estabelecer contato visual com os locais, inclusive fugindo de certas “aglomerações”: descobrimos como é difícil a vida das celebridades que são assediados por fãs e “paparazis” (apesar de que, é bom frisar, uma parte destas celebridades vive justamente disto).

Foto – Divina com locais que solicitaram para tirar fotos com elas


Ao redor do obelisco há diversas representações interessantes em forma de esculturas sobre a história da Indonésia.

Foto – Esculturas em relevo com momentos da história da nação indonésia

Ao lado desta praça está a grande Mesquita Istiqlal que é imponente por fora e belíssima por dentro.

Foto – Interior da Mesquita Istiqlal

Também de um outro lado da praça central, está o Museu Nacional em um belo prédio e com um grande acervo de peças (sobretudo esculturas) acerca de toda a história do país, iniciando desde a pré-história! É interessante que muitas palavras que escrevemos com a letra “c”, no idioma indonésio são escritas com a letra “s”, como por exemplo, “nasional” e “sentral”!

Foto - Museu Nacional em Jacarta

Depois disto, nos deslocamos de táxi para uma outra região da cidade, no antigo centro histórico da colonização holandesa, chamada “Kota”. Na sua praça central de Taman Fatahillah, o clima era de um verdadeiro carnaval: foi uma das experiências mais exóticas que já tivemos: parecia um clima de carnaval. Muitos indonésios vão para lá com tudo quanto é tipo de fantasia, para ganhar um dinheirinho (umas moedinhas) com quem quiser tirar foto com eles ... na maioria turistas indonésios que parecem curtir muito tudo isso! Aparece uma multidão (incluindo fantasiados e quem quer tirar fotos com os fantasiados) e nem era final de semana: segundo o nosso guia Lonely Planet, que usamos nesta viagem, no final de semana é que uma verdadeira multidão transforma tudo ainda mais em um carnaval fora de época! É muito divertido, até pelo lado “kitch” de todas as fantasias... Acabamos jantando no famoso Café Batavia que fica de frente com esta praça e ficamos sentados numa mesa ao lado da janela observando todo aquele agito e burburinho!

Foto – Clima de carnaval na praça de Kota, centro histórico de Jacarta


Foto - Turistas indonésios tirando fotos com uma mulher fantasiada


No último dia do ano, pegamos um avião e voamos para a cidade de Yogyacarta (ou Jogyacarta) que fica na região central da ilha de Java e está nas redondezas de importantes ruínas hinduístas e budistas. Poderíamos ir de ônibus (de Jacarta a Yogyacarta), mas pelas condições das estradas, o transporte por meios terrestres é estupidamente lento em toda a Indonésia. Chegamos no hotel por volta das 14h e deitamos na cama para descansar uns minutinhos... quando acordamos já era 20h! É o jet leg: devido às diferenças de fusos horários, os nossos corpos demoram muitos dias para se acostumarem ao tempo local e funcionam de acordo com o relógio do local de onde partimos ... ou seja, do Brasil que estava do outro lado do mundo e portanto com o horário totalmente invertido em relação à Indonésia: quando era noite na Indonésia era dia no Brasil e vice-versa. Pelo whatsapp, desejávamos boa noite para nossos amigos e familiares e eles respondiam com um bom dia! Já era noite do dia 31 de dezembro e fomos convidados pelos gestores do nosso hotel para a festa de virada do ano que o hotel estava dando no restaurante do topo do seu prédio: como além de tudo o convite deixava claro que a festa seria de graça para nós (incluindo a ceia e as bebidas não alcoólicas), aceitamos o convite de bom grado, obviamente. Foi tudo muito bacana e deu para ver os fogos de artifício lá do alto do hotel por todos os lados da cidade! Devido ao generoso convite divulgamos aqui o nome do hotel em que nos hospedamos: “H Boutique Hotel Jogyacarta”. É um hotel novo e bem confortável... E uma boca livre como esta em plena noite de réveillon não é sempre que aparece!

Foto - Divina dançando na festa de final de ano

No dia primeiro de janeiro de 2016, acordamos cedo (ainda era noite) e nos dirigimos em um passeio, para ver o sol nascer perto de uma das joias do patrimônio histórico da Indonésia, as ruínas budistas (na vertente mahayana) de Borobudur, situadas a 40 quilômetros a noroeste da cidade. Estas são as ruínas bem preservadas de um dos maiores monumentos budistas do mundo. Eles foram construídos no século IX quando a Indonésia ainda era de maioria budista/hinduísta, em termos religiosos. Borobudur tem mais de 504 esculturas de Buda e milhares de “estupas” (esculturas na forma de sinos, com simbolismo sagrado para os budistas). Para quem quiser saber um pouco mais da história de Borobudur fica a dica do Wikipédia em inglês (https://en.wikipedia.org/wiki/Borobudur), que está bem mais completo do que o mesmo verbete em português (https://pt.wikipedia.org/wiki/Borobudur), como geralmente ocorre! Se você consegue ler um pouco em inglês, vá direto para o verbete em inglês na Wikipédia, pois ele quase sempre é muito mais completo: este é o nosso conselho!


Foto - Divina na frente do monumento de Borobudur

Foto - No topo do monumento de Borobudur

Foto - Estátuas de Buda em Borobudur

Foto - Todos os indonésios querendo tirar fotos conosco em Borobudur

Na sequência, depois de passarmos algumas horas brincando de arqueólogos em Borobudur, nos deslocamos para a outra joia do turismo do país: as ruínas do templo hinduísta de Prambanan. Este templo hinduísta foi construído na mesma época que Borobudur. Prambanan está situada a cerca de 50 km de Borobudur e a cerca de 20 km do centro de Yogyacarta (só que a nordeste da cidade). Leia mais sobre Prambanan no Wikipédia em português (https://pt.wikipedia.org/wiki/Conjunto_de_Prambanan) ou em inglês (https://en.wikipedia.org/wiki/Prambanan).

Foto - Complexo de templos de Prambanan

Tanto o templo budista de Borobudur, quando o templo hinduísta de Prambanan são considerados patrimônios históricos da humanidade pela UNESCO. Poder visitar estas duas ruínas arqueológicas no mesmo dia é uma experiência fantástica! As duas ruínas que remetem a diferentes religiões (budismo e hinduísmo), curiosamente foram construídas simultaneamente pelo mesmo reino, mostrando a existência de uma espécie de sincretismo religioso da época... bem como de um espírito de tolerância para com a diferença que é meio raro de se ver na história da religiões!

Foto - Mulher indonésia tirando uma foto com a Divina em Prambanan

Interessante: nós, ocidentais de formação cristã, visitando templos budistas e hinduístas, juntamente com um monte de turistas indonésios muçulmanos... Bem vindo à diversidade existente na humanidade!

Foto - Dentro do complexo de templos de Prambanan

Viajando pela Indonésia, percebemos que definitivamente a motocicleta é o modo de transporte por excelência dos indonésios (o mesmo já tínhamos visto no Vietnã).

Foto - Família indonésia em uma moto

No dia seguinte, fomos conhecer melhor a cidade de Yogyacarta. Em nosso caminho, vimos uma interessante faixa que deu para perceber que fazia referência a luta contra a violência doméstica das quais são vítimas muitas mulheres. Portanto esta é uma luta mundial. Neste ano de 2015, um dos anos mais reacionários da história brasileira desde 1964, teve gente que acusou o governo federal dizendo que o tema da redação do ENEM a respeito da violência contra as mulheres teria sido propaganda petista ou marxista! As pessoas hiperconservadoras e de direita em 2015 resolveram sair do armário para falar barbaridades pelas redes sociais da vida... Mas como se diz por ai: os cães ladram, enquanto a caravana passa...

Foto - Campanha de luta contra a violência que vitimiza muitas mulheres

No dia seguinte resolvemos passear por Yogyacarta: começamos pelo palácio que fica no centro da cidade e que se chama Kraton. Até hoje, apesar de parte deste palácio estar aberta para visitações, ainda vive nele um sultão de verdade que conta com poderes de governo na região de Yogyacarta!

Foto - Entrada do Kraton

No Kraton, assistimos também a longa e bem lentinha... exibição de teatro de sombras com fantoches (“wayang kulit”), com uma orquestra no fundo tocando ritmos orientais. Foi divertido, mas é muito l-e-n-t-o MESMO!!! Este tipo de teatro de sombras de bonecos foi trazido para a Indonésia da Índia e da China. As histórias relatam geralmente trechos das duas obras épicas hindus: o Ramayana e o Mahabharata. Mais informações sobre este teatro estão em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Wayang ou em https://en.wikipedia.org/wiki/Wayang. A musiquinha que tocava durante a exibição era decididamente de influência chinesa.

Foto - Teatro de sombras

Saímos da região do Kraton pelo meio de transporte local que é o “bike rickshaw” ou clico-riquixá. Você vai sentadinho num banco coberto sobre duas rodas e o condutor vai pedalando uma bicicleta acoplada na parte de trás. Como a cidade era plana para o ciclista era algo factível!

Foto - Divina usando o meio de transporte local movido à bicicleta

De noite retornamos para o templo de Prambanan para assistirmos um espetáculo de dança baseado no Ramayana, um dos dois livros épicos hinduístas, equivalente à nossa Bíblia para os hindus. A exibição foi em um teatro ao lado do templo de Prambanan.

Foto - Divina em frente ao templo de Prambanan

Foto - Espetáculo de balé baseado no Ramayana

É sempre bom lembrar que na Indonésia, assim como em Singapura e na Maláisa, a direção dos carros é do lado “errado” em relação a dos carros brasileiros ... rsrsrs... Ou seja o volante dos carros fica do lado direito, onde nos nossos carros brasileiros fica sentado o passageiro. Este negócio de lado “errado” é só uma brincadeira para ressaltar o quanto, automaticamente (e inconscientemente), sempre achamos que as nossas formas de fazer as coisas é a forma certa... Um inglês normalmente pensará o oposto e achará que a posição do volante de nossos carros brasileiros (e norte-americanos) é que está errada!
Pegamos então um avião e voamos para a famosa ilha de Bali que é uma pequena ilha (é possível dar a volta nela de carro em um mesmo dia) que fica a leste da ilha de Java, separada desta por uma faixa estrita de oceano. A ilha de Bali, ao contrário de toda Indonésia, tem maioria da população de religião hinduísta/budista. Conforme a religião muçulmana foi se estabelecendo na Indonésia no final da idade média, os hinduístas/budistas foram expulsos ou para regiões montanhosas ou para a ilha de Bali! Bali é o grande recebedor de turistas da Indonésia, o que acaba sendo uma fonte de renda para o país, pois os estrangeiros que a visitam gastam dinheiro no país, geram empregos e impostos para o governo poder ter recursos para financiar serviços públicos melhores de educação e saúde, por exemplo. Por isso, que eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas são fundamentais para o nosso país, pois representam uma janela de visibilidade do Brasil para o mundo e podem alavancar a vinda de muitos turistas estrangeiros para o nosso país nos próximos anos. O turismo é uma das indústrias que mais cresce no mundo todo, gerando muita riqueza para os países que recebem muitos turistas; pela imensidão, beleza e diversidade cultural e de paisagens existentes aqui, nosso país pode também vir a ganhar muito com o turismo no futuro. Bali é uma ilha muito bonita, mas o Brasil também tem muitas belezas naturais, culturais e históricas que podem atrair milhões de turistas estrangeiros no futuro. Fazer campanha contra as olimpíadas ou a copa é realmente o maior tiro no pé que um brasileiro pode dar!
No espelho retrovisor do táxi que pegamos no aeroporto de Bali, estava pendurado em enfeite com uma "suástica" desenhada nele. Espere aí: uma suástica? Sim! Então os indonésios budistas/hinduístas de Bali são nazistas? Não! A suástica (cruz gamada com as extremidades encurvadas formando ângulos retos) é um símbolo milenar religioso de budistas que foi apropriado por Hitler quando ele a concebeu, na década de 1920, como símbolo do nazismo. Portanto, cuidado com as conclusões apressadas que tiramos sobre as coisas do mundo. O nosso taxista não era uma nazista intolerante, mas um budista que parecia bastante paciente! E estava dirigindo o carro com o volante do lado “errado” (do lado direito como nos carros ingleses)...

Foto - "Suástica" budista pendurada no espelho retrovisor de um táxi em Bali

Enquanto estivemos na ilha de Bali, nos hospedamos na cidade de Ubud que fica no seu interior, numa região de altitude média de 250 metros em relação ao nível do mar. Preferimos esta opção, porque como moramos na praia de Maranduba em Ubatuba, achamos que seria mais legal ficar num cenário diferente em Bali. Nosso hotel (Bije Suite Bisma Hotel) tinha uma piscina pequena, mas bastante convidativa que aproveitamos bastante em todos os dias de nossa estadia.

Foto - Piscina de nosso hotel em Bali

No primeiro dia nosso em Ubud, fomos conhecer a Floresta Sagrada dos Macacos, um refúgio com muitos macacos razoavelmente acostumados com seres humanos. Alguns deles eram muito safados, pois eram macacos ladrões! Presenciamos até um que veio por trás de um turista distraído e roubou uma garrafa de coca-cola de PET de 600 mL “na maior”, levou-a para um lugar inacessível no alto de um galho, mordeu-a (a garrafa estava tampada) até furá-la e começar a tomar a sua coca-cola: não era um batedor de carteira mas um batedor de garrafas de coca-cola! Um seguranças nos disse que alguns macacos aprenderam até a abrir estas garrafinhas de coca-cola de plástico. Alguns macacos até fizeram amizade com a Divina.

Foto - Macaco senta na perna da Divina

Um filhotinho de macaco veio brincar com a roupa da Divina sob o olhar de sua mãe macaca, acho que desconfiada que ele fosse fazer alguma molecagem (ou seria melhor dizer, alguma macacagem). Nas sociedades de influência hinduísta, os macacos têm uma grande importância, mesmo nos seus mitos fundadores. No Ramayana, uma obra religiosa clássica hinduísta, um dos personagens é Hanuman, um deus macaco, que na verdade é um general e um dos heróis da história! Realmente ao observarmos macacos em geral (e os grandes símios como chimpanzés, gorilas e orangotangos, em particular) percebemos como eles estão próximos de nós em termos genéticos e evolutivos. Um filhotinho de macaco tem comportamentos muito semelhantes aos de um bebê humano, gostemos ou não deste fato!

Foto - Filhotinho de macaco mexe com a roupa da Divina sob o olhar de sua mãe macaca

Num dos nossos dias em Ubud, compramos um passeio pela Ilha. Fomos primeiro à praia de Sanur com águas tranquilas, cálidas e transparentes.

Foto – Praia de Sanur

Lá numa região hoteleira encontramos um tabuleiro gigante e observamos o jogo de xadrez sendo realizado entre os jovens turistas.

Foto - Tabuleiro gigante de xadrez na praia de Sanur

Fomos também conhecer a praia de Kuta, mais agitada e com muitos surfistas. Enquanto estivemos lá o evento principal foi a plantação de um coqueiro!

Foto - Plantação de um coqueiro na praia de Kuta

Finalmente, fomos conhecer o belo templo hinduísta de Uluwatu, que fica numa região íngreme, escarpada e belíssima a beira mar.

Foto - Templo de Uluwatu

Foto - Região escarpada nas proximidades do templo de Uluwatu

Por motivos religiosos, tivemos que vestir uns saiotes fornecidos no local de entrada para a visita a este templo hinduísta!

Foto - Ricardo com saiote para visitar templo hinduísta


Em Ubud, no chão da entrada de todos os estabelecimentos comerciais e de muitas casas, os seus donos muitas vezes deixam uma caixinha de oferendas com flores e alguns pequenos alimentos (uma bolacha ou uma bala): é uma crença religiosa daqui. Você pode argumentar que é uma superstição ignorante, mas um hinduísta pode argumentar que superstição ignorante é comer uma hóstia em uma igreja, por exemplo... Tudo nas religiões depende do ponto de vista de quem esta afirmando o seu discurso, pois é a religião é, pela sua própria natureza, uma questão de fé. Como já se disse de forma irônica: “seita é sempre a religião dos outros”.

Foto - Oferenda religiosa na calçada em frente de um estabelecimento comercial


Nas proximidades de Ubud é bacana caminhar entre os terraços de campos de arrozais. Em regiões mais íngremes da ilha, é muito interessante ver estes terraços com campos de arrozais formando escadinhas e revelando toda uma tecnologia milenar para a agricultura ocorrer nas condições da ilha.

Foto - Campos de arrozais

Foto - Terraços de campos de arrozais em região mais íngreme

Num dos outros dias em Bali, fizemos um passeio para conhecermos outras regiões da ilha. Primeiro fomos ao Templo (Pura) Taman Ayun, com belos jardins e templos construídos com o estilo arquitetônico típico da região.

Foto - Prédios no templo de Taman Ayun

Em um espaço deste templo, um artista trabalhava em seus belos quadros!

Foto - Quadros pintados por um artista que trabalhava em suas obras de arte no templo de Taman Ayun

Em seguida fomos conhecer outro belo templo que fica a beira mar, o templo de Tanah Lot.

Foto - Templo de Tanah Lot

Foto - Paisagem próxima ao templo de Tanah Lot


A moeda da indonésia é a rúpia indonésia: um dólar norte-americano estava valendo cerca de 14.000 rúpias (quatorze mil). Os preços na Indonésia estavam menores que no Brasil (até porque a renda per capita da Indonésia é menor que a brasileira, o que indica que o país é, em média, mais pobre que o Brasil). Mas em Bali que é um local turístico, os preços das coisas já regulavam mais ou menos com os preços aqui no Brasil.
Do Templo de Tanah Lot fomos para o templo “Alas Kedaton” com muitos macacos que interagiram bastante conosco. Os macacos ficam na maior parte do tempo catando os piolhinhos de seus colegas. É muito divertido ver estas interações. Muitos primatologistas e pesquisadores de outras áreas afins debatem se este comportamento social acabou desembocando na “fofoca” característica do ser humano que acabou desenvolvendo uma capacidade mental para poder interagir com dezenas de outros diferentes seres humanos, de modo a conseguir deduzir quem era amigo, quem era adversário/inimigo e como obter informações valiosas para a sobrevivência, tais como: onde existiam mais alimentos ou em que lugar poderia haver algum predador... Quando via vários macaquinhos catando os piolhos de um mesmo macaco maior, me lembrei de uma cena em Ubud em que uma turista (com bastante “grana” para pagar pelo serviço) tinha o seu cabelo sendo feito à moda da região por várias funcionárias de um cabeleireiro de Ubud: as semelhanças me chamaram a atenção!

Foto - Três macaquinhos pegando piolhinhos no macaco maior ao centro

Foto - Várias funcionárias fazendo o cabelo de uma turista


Este templo de “Alas Kedaton” tinha também bastante morcegos enormes pendurados nos galhos de árvores, mas estes eram morcegos frutíveros que não estão interessados em sangue! A nossa guia mostrou até um morcego dando uma lambidinha na mão dela, talvez interessado nos sais do seu suor, penso eu!

Foto - Menino turista com um morcego

Foto - Ricardo com morcegos pendurados no galho por trás dele

Foto - Morcego dando uma lambidinha na mão de nossa guia

Foto - Lambidinha do morcego na mão de nossa guia visto um pouco mais de longe

Finalmente fomos ao templo de Ulun Danu em Bedugul, cidade situada nas proximidades de um lago bem no centro da ilha de Bali, perto do vulcão da montanha (“gunung”) Catur, em região de altitude de cerca de 1.000 metros.

Foto - Templo de Bedugul

No final, no caminho para casa, passamos em um local para degustação de cafés e chás produzidos na região. Compramos um “café com côco” (coconut coffee) delicioso. Mas a grande atração era o café produzido pelos grãos que são digeridos por um animalzinho roedor da região de Bali (o Kopi Luwak) e passam por fermentação no seu sistema digestivo. Estes grãos saem nas fezes deeste simpático animalzinho e a partir daí eles são tostados, produzindo um café caríssimo, cujo preço é uma verdadeira fortuna! Com o perdão do linguajar mais chulo, é irresistível dizer que isto é literalmente transformar merda em ouro!

Foto - Animalzinho Kopi Luwak que ingere grãos de café e produz um café caríssimo a partir de suas fezes


Então, depois dos nossos dias em Bali, fomos para o aeroporto internacional de Bali pegar o avião para Singapura. Neste aeroporto internacional, como em quase toda a região asiática, nos banheiros há sempre duas opções: a ocidental (“western”) com vasos sanitários como em nossos banheiros e a oriental (“eastern”) com valas ou buracos para fazer de cócoras. Estes últimos não são somente um indicativo de pobreza, como pode concluir um observador apressadinho. Muitos asiáticos de diferentes classes sociais não veem com bons olhos o ato de sentar e encostar o bumbum exatamente no mesmo lugar que um desconhecido acabou de fazer o mesmo! Por isso muitos preferem e são acostumados desde crianças a fazer suas necessidades (número 2!) de cócoras (o que requer mais agilidade e é algo bem inviável para os mais gordinhos, diga-se de passagem ...). Por isso, mesmo em lugares frequentados por gente de mais posses há sempre a opção para fazer de cócoras. O fato mais esquisito é que em muitos banheiros com vasos sanitários, há ao lado destes vasos, instruções de como usá-los, explicando que é para sentar nele e não para ficar de cócoras com os pés sobre ele, o que, convenhamos, pode provocar, pela pressão, a quebra do vaso e acidentes graves que podem ferir os “usuários” destes vasos! rsrsrsrs... Acho que vocês entenderam ... ou querem que eu desenhe?

Foto - Placa explicativa da forma correta e da forma incorreta de usar  um vaso sanitário

Foto – Banheiro em estilo oriental com vala para fazer as necessidades de cócoras

SINGAPURA

Chegamos então em Singapura que é uma cidade-nação. Singapura fez parte por alguns anos da Malásia, após a independência malaia da Inglaterra nos anos 1960. Mas depois de sérios conflitos entre chineses e malaios na Malásia, a cidade de Singapura resolveu declarar a sua independência em 1965 e transformar-se em um país que hoje tem o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) asiático e o 9º melhor do mundo. O seu PIB per capita é cerca de 4 vezes o brasileiro! É claro que pela sua posição estratégica bem na ponta sul da península malaia, historicamente esta região sempre teve importância econômica e atraiu recursos financeiros e investimentos. Foi por isto que os ingleses estabeleceram nesta cidade, desde 1819, um dos seus centros de colonização de suas colônias asiáticas (outro destes centros foi Hong Kong). Deste modo, o império britânico concentrou muitos recursos financeiros e humanos nesta cidade, o que ajuda a explicar o seu desenvolvimento (como também o de Hong Kong). O conhecimento de História é importante para superar explicações rasas de senso comum ou até preconceituosas e racistas sobre as razões do desenvolvimento de algumas nações em relação a outras nações. A este respeito é interessante ver os três episódios de documentários intitulados “Armas, germes e aço” produzidos pelo NatGeo e baseados no conceituado livro escrito por Jared Diamond, sobretudo o primeiro episódio denominado “Saindo do Jardim do Eden” (https://www.youtube.com/watch?v=Al6yEPe5mHU) e o segundo episódio intitulado “Conquista” (https://www.youtube.com/watch?v=LCHltXlJbC8).
Singapura (e Hong Kong) em certo sentido também se beneficiou com as riquezas saqueadas pelos ingleses de todas as suas colônias pelo mundo todo, mas, sobretudo, na Ásia e isto é claro se refletiu no seu desenvolvimento atual.
A moeda do país é o dólar de Singapura; um dólar norte americano vale cerca de 1,40 dólares de Singapura! As línguas oficiais do país são o inglês, o malaio, o mandarim (chinês) e o tamil (indiano) e o nosso alfabeto latino é utilizado de modo disseminado. Singapura é portanto um caldeirão de culturas diferentes (como é também a Malásia).
O aeroporto de Singapura tem uma infraestrutura excelente e é um dos melhores do mundo. Do aeroporto pegamos diretamente um metrô que nos levou até o nosso hotel.
Singapura foi uma grata surpresa para nós: foi um contraponto de modernidade em relação ao caráter histórico de Borobudur e Prambanan, objetivos iniciais maiores desta nossa viagem. Recomendamos a todos que possam que venham conhecer esta cidade. Um dos motivos é a arquitetura moderna e inovadora de seus prédios, meio com cara de ficção científica (como já tínhamos visto em Shanghai, na China, em uma viagem anterior). O prédio do “Marina Bay Sands” é o que mais se destaca: parece um peixe longo ou um barco ou mesmo um trem colocado ao longo dos topos de três altas torres. Aliás, todo o entorno da “Marina Bay” (“Baía da Marina”) é belíssimo e uma caminhada ao seu redor é um belo passeio: muitos locais inclusive correm nesta região, para manter a forma e fazer um pouco de exercício físico, contemplando uma bela paisagem.

Foto - Prédios modernos na região da Marina Bay

Foto - Esferas em frente ao museu das civilizações asiáticas

Foto - Prédio futurista de Singapura do Marina Bay Sands

Foto – “Nuvenzinha com chuva” (de mentira) em frente ao prédio do Marina Bay Sands

Foto - Prédios em torno da Marina Bay

Foto - Visão noturna dos prédios ao redor da Marina Bay


Fomos ver um show de música gratuito no prédio amplo e moderno do “Esplanade – Theatres on the bay”. Quem apareceu por lá na mesma noite, coincidentemente, foi o primeiro ministro de Singapura, mas foi a um outro evento que estava ocorrendo no mesmo prédio.

Foto - Prédio do Esplanade - Theatres on the bay

Foto - Primeiro ministro de Singapura

No dia seguinte, continuamos as nossas andanças pela cidade-estado de Singapura. Aliás, a melhor forma de conhecer uma cidade é caminhar por ela! Começamos pela Fonte da Riqueza (“Fountain of Wealth”) perto do Shopping Suntec City.

Foto - Fonte da Riqueza perto do Shopping Suntec City

Foto - Divina se divertindo com fontes de água dançantes na Fonte da Riqueza perto do Shopping Suntec City

Em seguida subimos no alto de um hotel, onde tivemos uma vista magnífica dos prédios do Marina Bay Sands.

Foto - Vista dos prédios do Marina Bay Sands

Foto - Vista da cidade de Singapura

O prédio do Museu Arteciência (Artscience Museum) tem o formato de uma flor que se abre para o sol e é uma bela obra de arquitetura. É bacana existir um museu que tenta inter-relacionar arte e ciência. Geralmente pelas nossas andanças pelo mundo, conhecemos museus somente de arte e museus somente de ciência. Mas a inter-relação entre estes dois campos do conhecimento humano é uma excelente ideia para um museu.

Foto - Prédio do “Artscience Museum”

Foto - Entrada do Artscience Museum

Neste museu, comprei uma camiseta com o desenho estampado do próprio museu de modo estilizado. Mas o mais legal desta camiseta é que a estampa reluz fortemente quando tiramos uma foto com flash!

Foto - Ricardo com camiseta que brilha sob efeito da luz de um flash

Fomos também conhecer o novo e moderno jardim botânico de Singapura, denominado “Gardens by the bay” (“Jardins ao lado da baía”). O domo da flor (“Flower Dome”) e o domo da floresta úmida (“cloud forest”) são fantásticos.

Foto - Domo da flor

Foto - Estruturas em forma de cogumelos dentro do Gardens by the bay


Visitamos o Chinatown (a região com características chinesas da cidade). Aliás, num restaurante chinês de Singapura, vimos logo na entrada uma espécie de aquário seco cheio de rãs (ou seriam sapos?) prontas para serem escolhidas para serem comidas... Um gosto meio duvidoso...

Foto - Rãs em um aquário na entrada de um restaurante chinês em Singapura, prontas para serem escolhidas para serem comidas

Vimos muitos noivos de mentirinha tirando fotos pelos pontos mais belos da cidade, para publicidade.

Foto - Noivos de mentirinha tirando fotos para revistas em Singapura

Aliás, falando em publicidade, vimos um cartaz publicitário legal e espirituoso, onde duas meninas de mãos dadas com um macaco orangotango pulam na água do mar para se divertir! Como percebemos nesta viagem, macacos também parecem se divertir muito (como nossas cachorrinhas, diga-se de passagem).

Foto - Cartaz de publicidade espirituosa

Terminamos nossa caminhada de tarde, relaxando e tomando sorvete na ponte de Clarke Quay, uma região bonita e turística da cidade, à beira de um canal.

Foto - Região de Clarke Quay

MALÁSIA

No dia seguinte, de manhã pegamos um ônibus e partimos para enfrentar os 350 km entre Singapura e Kuala Lumpur, a capital da Malásia. A auto-estrada moderna com várias pistas permitiu um transporte rápido, que só foi freado pelo trabalho de alfândega na fronteira entre os dois países!
A Malásia é um país com cerca de 30 milhões de habitantes de maioria muçulmana. O país está dividido geograficamente em duas partes: uma parte continental (a ponta sul da península malaia) e uma parte insular (uma seção ao norte da ilha de Bornéu). Esta nação é uma monarquia constitucional e tem um rei (sultão) que é o chefe da nação. Formalmente é uma federação com mais de dez estados.
Assim como Singapura (que até o início dos anos 60 era parte da Malásia), a Malásia esta localizada numa região estratégica para o comércio entre duas grandes civilizações da antiguidade: China e Índia. Os antepassados malaios mais distantes vieram para a região provenientes da China meridional por volta de 2000 a.C. Pela sua posição geográfica e pela sua história nos últimos séculos, há no país minorias étnicas expressivas de chineses e de hindus, neste último caso sobretudo de maioria tâmil (indianos originários do sul da Índia). A maioria da população é de origem malaia (com traços orientais nos rostos, como os chineses) e de religião muçulmana. O islamismo trazido pelos comerciantes árabes começou a se disseminar entre os malaios a partir do século XIV. Na sequência, os europeus trouxeram o cristianismo. A Malásia é, portanto, um caldeirão de diferentes culturas, etnias e religiões! A cidade de Málaca (150 km ao sul de Kuala Lumpur), situada na costa do estratégico estreito de Málaca (entre a península malaia e a ilha de Sumatra que hoje pertence à Indonésia) foi conquistada pelos portugueses em 1511 e depois foi tomada pelos holandeses em 1641. Finalmente, em 1786 a região tornou-se colônia do Império Britânico até a sua independência em 1963 (com um breve intervalo de três anos durante a segunda guerra mundial em que a região foi ocupada por tropas japonesas)!  A declaração de independência criou conflitos com a Indonésia (que tinha pretensões de unificar toda a região). Em 1965 ocorreu a saída de Singapura da federação malaia em 1965 e em 1969 ocorreram terríveis conflitos étnicos entre chineses e malaios.
A bandeira da Malásia imita bem a dos EUA, só que com uma abordagem islâmica: no lugar das estrelas, há uma meia lua e um sol com raios. A flor símbolo do país é a flor de hibisco. A moeda nacional é o ringgit malaio: 1 dólar norte americano valia cerca de 4,30 ringgits malaios (coincidentemente, uma cotação só um pouco diferente da cotação do real brasileiro na época). O preço das coisas estava próximo dos preços brasileiros, até porque os dois são países de renda média. As línguas oficiais do país são o malaio e o inglês, e é utilizado o nosso alfabeto latino. Aliás, apesar da rivalidade histórica entre a Malásia e a Indonésia, os idiomas malaio e indonésio são muito próximos indicando uma grande proximidade na origem histórica dos povos que vivem nestas duas nações: as duas línguas geralmente são consideradas mutuamente inteligíveis (compreensíveis).
Na cidade de Kuala Lumpur reservamos um quarto no simpático Hotel Pacific Express Central Market Kuala Lumpur. O seu melhor diferencial em nossa opinião é a sua piscina no topo de seu prédio e com visão de toda a cidade! Com o calor que fazia na cidade, esta piscina foi providencial.

Foto - Piscina no alto de nosso hotel com a visão da ponta das Torres Petronas ao fundo (junto com a "KL Tower" maior mais na frente)

Chegamos no hotel, deixamos nossas coisas no quarto e imediatamente pegamos o metrô para ir até a grande atração de Kuala Lumpur: as belíssimas duas torres Petronas que até 2004 eram os prédios mais altos do mundo! Elas foram construídas pela empresa petrolífera do país (como é possível perceber pelo nome “Petronas”), indicando o seu poder.

Foto - Divina em frente das Torres Petronas

Foto - Torres Petronas parecem uma obra de ficção científica

Foto - Torres Petronas no entardecer

Foto - Torres Petronas vistas de noite com realce para a ponte entre elas


Com duas belezas arquitetônicas como estas em nossa frente, não aguentamos e compramos os tíquetes caríssimos (e disputadíssimos) para subir em uma das torres Petronas: a procura estava grande e conseguimos apenas para a última subida de elevador daquele dia, já de noite, por volta das 20h45! Na hora determinada comparecemos na frente do elevador e por alguns minutos assistimos uma apresentação sobre a história das torres narrada pela projeção de um vídeo de uma mulher... projeção esta realizada sobre o “ar” (com um pouquinho de vento para viabilizar o efeito visual). Tecnologia fantástica! Vejam a foto.

Foto - Apresentação sobre as Torres Petronas em que a imagem da mulher que narra é projetada no ar!

Foto - Topo de uma torre vista de noite a partir do topo da outra torre

Para quem gosta de cinema, o filme “Armadilha” (”Entrapment”), de 1999, mostra a personagem da atriz Catherine Zeta-Jones escalando uma das torres pela sua parte exterior!
Na parte de trás das torres naquela noite assistimos a uma balé belíssimo de fontes coloridas dançantes ao som de diversas músicas: lindo, imperdível e gratuito!

Foto - Balé de fontes coloridas que dançam ao som de músicas em reservatório atrás das Torres Petronas


A independência (“merdeka”) da Malásia é lembrada pela imensa praça aberta no centro da cidade denominada justamente de praça Merdeka.

Foto - Vista da Praça Merdeka

Na frente desta praça tremula bem no alto uma imensa bandeira da Malásia.

Foto - Bandeira da Malásia hasteada na frente da praça Merdeka

Então fomos para a Mesquita Nacional (Negara) da Malásia que é ampla e com um ambiente bem agradável. Mas para entrar nela tivemos que vestir um roupão disponível na entrada para os visitantes (e a Divina, pelo fato de ser mulher, teve que usar um véu adicional para cobrir o cabelo).

Foto - Divina com o roupão e o véu necessários para visitar a Mesquita Nacional ou Negara

Foto - Vestidos de modo adequado para visitar a Mesquita Nacional da Malásia

Na sequência visitamos o interessante Museu Nacional da Malásia, o prédio do Planetário da cidade, a frente da Agência Espacial Nacional e a região dos Jardins do Lago (Lake Gardens) que é muito bonita!

Foto - Quadro explicativo no Museu Nacional sobre a presença dos portugueses na Malásia no século XVI

Foto - Planetário de Kuala Lumpur

Foto - Escultura metálica com algarismos arábicos em frente à Agência Espacial Nacional

Foto - Região dos Jardins do Lago ou Lake Gardens

Como fazia muito calor resolvemos tomar sorvete. E experimentamos algo bem exótico: uma espécie de “cachorro quente de sorvete”! Eles cortam e abrem um pão (parecido com os pães de hot dog, mas ligeiramente adocicado) e no lugar de salsicha, colocam bolas de sorvete dentro! Até que ficou gostoso...

Foto - Sorvete no pão ou cachorro quente de sorvete

Visitamos templos budistas (como o templo Sze Ya) e templos hinduístas (como o templo Sri Maha Mariamman). Neste último, estávamos sentados num canto descansando e admirando o prédio, quando de repente músicos começaram a tocar três instrumentos musicais de diferentes pontos do templo (um sino, um instrumento de sopro e um de percussão). E iniciou-se uma cerimônia religiosa inebriante!

Foto - Templo budista Sze Ya

Foto - Entrada do Templo Hinduísta Sri Maha Mariamman

Foto - Cerimônia hinduísta

Então fomos para um local onde passamos por uma das experiências mais curiosas de nossas vidas: o “Cute Fish Spa” ou “Spa dos Peixes Fofinhos”, numa tradução mais livre. É uma piscina rasa cheia de peixinhos com cerca de uns dez centímetros de comprimento cada um. Após pagar por quinze minutos de “atividade”, você senta na beira desta piscina e coloca os seus pés dentro da água. E então... minha nossa ... os seus pés são atacados pelos peixinhos como se fossem piranhas! Mas eles não têm dentes (ainda bem). Então o que eles fazem é sugar as células mortas da sua pele. Mas neste processo eles fazem muitas cócegas. Eu passei os quinze minutos desta bizarra sessão de micromassagens gritando de aflição e dando muita, mas MUITA risada mesmo, com as cócegas que dezenas de peixinhos faziam em meus pés! O anúncio na frente falava que há vários benefícios para a sua saúde com esta atividade, como, por exemplo, uma melhora da circulação sanguínea. Mas isto não importou muito para a gente: o que valeu foi que esta foi uma experiência divertidíssima que eu recomendo para todos os aventureiros corajosos deste mundão!!! E especialmente para quem tem bom humor...

Foto - Oferecendo os pés aos peixinhos

Foto - Spa dos peixinhos chupadores de pés


Foto – Peixinhos devorando células mortas de pés desconhecidos

Visitamos também o recém-inaugurado Museu da Música e a Galeria da Cidade de Kula Lumpur, que estão próximos da praça Merdeka.

Foto - Novo Museu da Música

Foto - Em frente à Galeria da Cidade de Kuala Lumpur (KL)

E finalmente tivemos que nos despedir da Malásia e pegar um trem rápido para o Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur que fica bem distante da cidade (a mais de 50 km ao sul). O aeroporto é muito moderno, inclusive contando com um trem “monorail” que liga gratuitamente (e rapidamente) seus terminais e com uma área de floresta tropical dentro dele (como se fosse uma estufa) que pode ser visitada pelos turistas que estão em trânsito

Foto - Aeroporto de Kuala Lumpur

O nosso voo da Emirates de volta para Paris fez escala em Dubai que também conta com um aeroporto muito moderno

Foto - Aeroporto de Dubai onde fizemos escala

Esta nossa viagem pelos três países do sudeste asiático (Indonésia, Singapura e Malásia) foi muito divertida e cheia de surpresas. É uma região muito distante do Brasil e também com muitas diferenças culturais, religiosas e históricas em relação ao nosso país, mas que valeu muito a pena ser conhecida!
O texto sobre os dias em que ficamos em Paris (França) na ida e na volta desta viagem, nós vamos colocar na aba da Europa do blog.



TAILÂNDIA, CAMBOJA, LAOS E VIETNÃ



No final de dezembro de 2006 partimos para conhecer 4 países do sudeste asiático: Tailândia, Camboja, Vietnã e Laos. Fizemos um verdadeiro périplo por estes países durante pouco menos de 1 mês. Foi uma viagem que realmente nos enriqueceu muito culturalmente, uma experiência única na vida!




TAILÂNDIA 


A Tailândia é um país em que a esmagadora maioria da população é budista (85%). Uma de suas maiores atrações é o imenso Buda Deitado Dourado (Wat Pho-Buda).





Aliás, tudo é muito dourado na Tailândia, e ainda mais, tudo é muito colorido. Por isso, o amarelo é uma cor muito usada, inclusive pelo rei, pois o país é uma monarquia. Fotos do rei estão sempre espalhadas por todos os pontos do país.




A cor de rosa não tem o mesmo caráter que no ocidente de ser uma cor de menininha. Muitos taxis e carros são cor de rosa, bem rosinha, e seus motoristas e donos são homens! Se fosse no Brasil, a conotação que se daria seria outra, não é mesmo! A Tailândia nunca se submeteu como colônia nem à Inglaterra, nem à França, nem a nenhuma potência européia, e isto é algo que enche os tailandeses de orgulho. Bangkok, a sua capital, está cheia de museus, palácios e templos belíssimos para serem visitados. Em muitos destes templos aparecem as famosas “estupas” douradas ou coloridas e de formato meio cônico ou meio piramidal e que têm um caráter religioso.



Os espetáculos de dança também são algo a parte, pela presença dos dançarinos representando demônios e de dançarinas que dançam bem devagarinho (quase dá para dormir...), às vezes só mexendo os dedos das mãos ou a ponta dos pés. Para explicar melhor: exatamente o oposto de uma sambista brasileira chacoalhando o corpo todo de modo frenético! Mas é muito envolvente a dança das tailandesas pela lentidão que nos permite observar os detalhes de todos de seus gestos. E elas se vestem de forma muito bonita.



Há muitas praças e espaços públicos agradáveis para descansar, com fontes, bancos e árvores. Como era a época do natal de 2006, havia também árvores de natal em algumas destas praças.



Inevitavelmente fomos também conhecer o Museu de Ciência e Tecnologia de Bangkok que vale a visita de um dia inteiro, pois tem um montão de experiências e artefatos para manipular do lado de dentro e do lado de fora, inclusive alguns imensos como é o caso de uma alavanca imensa com mais que uma dezena de metros de comprimento e que permite que qualquer um levante um grande peso que normalmente seria impossível erguer do chão!



Há muitos estilos de Budas, dependendo da posição dele e do modo como estão posicionadas as suas mãos. Pelo que aprendemos, por exemplo, quando o Buda está sentado na nossa frente, como a mão esquerda sobre a perna e a mão direita levantada mostrando a palma da mão para quem está na sua frente, trata-se do “Buda ensinando”, uma espécie de Buda Professor! Muito bacana, não é mesmo.



Estivemos também em Ayuthaya, onde estão as ruínas da antiga capital da Tailândia. Por lá, para passear por todo o parque que tem diversas ruínas espalhadas, pegamos o meio de transporte local adequado: um elefante!



Passar a mão na cabeça de um elefante fazendo um carinho nele e vê-lo “sorrindo” de volta: não tem preço! É um animal maravilhoso, imponente, tranquilo (apesar de que às vezes uns perdem a calma), pacífico e, obviamente, grandioso!



Finalmente fomos de trem para o sul da Tailândia, para conhecer Pukhet e a famosa ilha Phi-Phi, uma região com praias belíssimas e que tinha sido devastada pelo famoso Tsunami que atingiu a região. Apesar disto, a infra-estrutura já tinha sido toda reconstruída. Alugamos uma “motoca” para poder ter mais autonomia para conhecer várias praias.



Como esta região está próxima da fronteira com a Malásia, um país de maioria muçulmana, há uma quantidade razoável de muçulmanos vivendo aqui. Foi muito interessante, por exemplo, observar o contraste de culturas, ao ver muitas turistas européias na praia, fazendo topless ao tomar sol e sendo atendidas por funcionárias de burca vestidas dos pés às cabeças! O que provocou uma reflexão interessante. A relação entre elas estava sendo mediada ... pelo dinheiro, esta tecnologia incrível que foi inventada pelo homem há milhares de anos na Fenícia e que, ao mesmo tempo, cria desigualdades terríveis de riqueza, mas também, pela sua impessoalidade, ajuda a romper barreiras! Como já se disse, dinheiro não tem cor! Por falar em cor, a cor da água de algumas das praias de lá é de um azulzinho clarinho inenarrável! Só estando lá para ver! Mar daquela cor só vimos antes na região do Caribe.



Tudo estava maravilhoso, mas um problema ocorreu quando resolvemos entrar no mar para nadar. O sol estava forte e a água até que era gostosa e refrescante. Mas depois de alguns minutos começávamos a sentir umas coisinhas nos “picando” a pele da perna e a barriga, como se fossem umas ardências ou mesmo umas mordidas de peixinhos que não conseguíamos ver... Não era insuportável, mas incomodava, sobretudo para quem estava acostumado com o nosso marzinho brasileiro despreocupante. Demorou para descobrir, mas depois de muito perguntar, aprendemos que se tratava de pedacinhos de águas vivas que se desfaziam mas que continuavam produzindo o efeito de queimar ligeiramente a pele de quem era tocado: quem já viu o filme procurando Nemo, quando o peixinho Nemo tem que enfrentar uma imensidão de águas vivas, sabe do que se trata!








CAMBOJA


Fomos então para o Camboja que tem como grande atração as ruínas da cidade de Angkor Wat (uma das 7 maravilhas do mundo) que estão espalhadas por uma região imensa de muitas dezenas de quilômetros quadrados. Angkor Wat foi uma antiga cidade que no meio da Idade Média era o centro da civilização Khmer que deu as cartas por aquela região. E que depois acabou por desaparecer por causas que estão sendo pesquisadas, mas que ao que tudo indica estavam relacionadas ao insustentável uso dos recursos naturais da região.



Uma amiga nossa, a professora de física Ana Fukui e seu marido tinham viajado pela região de bicicleta e tinham descrito de modo empolgante o que tinha sido para eles a experiência de conhecer toda aquela região! Ficamos então com muita vontade de conhecer. O “Bayon” é uma das construções mais belas de Angkor Wat: trata-se de prédios com muitas “caras” e rostos com diferentes expressões.




Quem esteve por lá também, além da minha amiga Ana Fukui, foi a Angeline Jolie que gravou parte do seu famoso filme Lara Croft - Tomb Raider por aquelas bandas. Nas cenas do filme, as raízes imensas de grandes árvores aparecem envolvendo os prédios e isto é verdade: muitos dos prédios de Angkor Wat, hoje após séculos de abandono, tiveram suas paredes e estruturas envolvidas de um modo inimaginável por raízes imensas de árvores que nasceram e cresceram nos locais mais improváveis!



As dançarinas que dançam de modo bem delicado já eram comuns na época do auge de Angkor Wat, como se podem ver nos frisos com formas de dançarinas esculpidas nos prédios.



A capital do Camboja é Phnom Penh que tem um Palácio Real belíssimo para ser visitado e um Museu Nacional amplo e com um belo jardim. A cidade está localizada às margens do rio Mekong: muitas pousadas, hotelzinhos e hostels (os albergues da juventude) estão localizados bem ao lado do rio e permitem que os turistas relaxem e descansem em redes, vendo o rio lentamente passar ao lado.



Uma parte triste da história do Camboja foi o período do Khmer Vermelho entre 1975 e 1979 quando houve um genocídio terrível em todo o país, motivado por um governo sectário e pelo fanatismo político de estrema-esquerda que deu as cartas na época. O Museu do Genocídio conta um pouco desta história terrível, mostrando inclusive uma quantidade imensa de crânios de pessoas que desapareceram ou foram assassinadas na época.



Uma exibição legal que presenciamos foi o denominado teatro de sombras, no qual os artistas usam um jogo de luz e “placas” recortadas internamente e perfuradas com desenhos, “placas” estas que são seguradas por duas hastes e que podem projetar sombras que “dançam” de modo lindo a nossa frente.











VIETNÃ



Cruzamos então a fronteira com o sul do Vietnã e chegamos à cidade de Saigon que hoje se chama “cidade de Ho Chi Minh”, em homenagem ao líder que conseguiu a independência do Vietnã da França e que iniciou a luta do Vietnã contra os EUA, naquela que ficou conhecida como Guerra do Vietnã, a única guerra na história em que os EUA foram derrotados! Ele geralmente é retratado em fotos e esculturas como um velhinho (as crianças chamam de tio Ho) com uma longa e estreita barba abaixo do queixo.



Chegamos a tempo de ver a festa de ano novo e curtir a entrada de 2007 em Saigon! A cidade nesta noite estava toda iluminada com milhares de motos indo para todos os lados e zunindo como loucas. Atravessar as avenidas (quase que não havia semáforos) entre as motos era uma proeza!


Um local interessante que conhecemos foi um templo Caodista! O caodismo é uma tentativa de fusão do cristianismo, do budismo, do taoísmo e do hinduísmo! 

O seu templo é todo colorido, belíssimo e com monges músicos e monjas cantoras produzindo músicas tranqüilizadoras! Em uma escultura esférica no seu centro, um olho imenso observa a todos! Uma loucura!




O guia vietnamita que guiou a excursão (na maioria de europeus e norte-americanos, além da gente) em que estávamos até o Templo Caodista, antes de abrir a porta do ônibus, disse que em 1 hora todos deveriam estar de volta no ônibus para continuarmos o passeio e arrematou dizendo que não iria conferir quem tinha voltado ou não, porque para ele “ocidental era tudo igual” (ironizando com a frase “oriental é tudo igual” que muitos usam no ocidente). Nada como o poder educativo da experiência de beber do próprio veneno, não é mesmo! Também passeamos de barco pelo delta do Mekong que fica nas proximidades. O Rio Mekong é a base de boa parte da economia da região e é portanto de interesse vital para todos povos que vivem em todo o sudeste asiático (é o seu maior rio).



Algumas “gotas” de história. Os vietnamitas sofreram muito ao longo da história. Por muitos séculos dominados pelos chineses, a partir de meados do século XIX foram colônia dos franceses e após a saída destes (após a segunda guerra mundial) apareceram os norte-americanos que queriam dar as cartas por lá! O Vietnã do norte se tornou comunista seguindo o exemplo chinês (e com o apoio da União Soviética) e se insurgiu contra a presença norte-americana na região. O Vietnã do sul manteve-se capitalista e um incondicional aliado dos EUA que cada vez colocava mais soldados lá para conseguir estabilizar o seu governo pró-americano. E havia o movimento de guerrilha vietcong que tinha o apoio do Vietnã do Norte e que lutava para expulsar os norte-americanos do Vietnã do Sul e unificar o país. Veja bem, este é um resumo bem resumido de uma longa história... Isto provocou uma guerra genocida dos EUA contra todo o povo daquele país: morreram 2 milhões de vietnamitas. 

E milhares de outros ficaram inválidos ou deformados a partir da ação de muitos produtos químicos utilizados pelos EUA (como o Napalm) e que eram jogados indiscriminadamente de aviões sobre vilas e áreas agrícolas. Morreram também 57 mil soldados norte-americanos. Ou seja, morreram mais de 40 vietnamitas para cada soldado norte-americano. Isto claramente pode ser chamado de Genocídio, vocês não acham? Quando os EUA estavam acusando o Iraque de produzir bombas químicas, seria bom as pessoas se lembrarem de como os mesmos EUA utilizaram toneladas de bombas químicas sobre o Vietnã. Alguns filmes fundamentais para aprender toda esta história são “Apocalipse Now”, “Bom dia Vietnã” e “Nascido em 4 de julho”. São imperdíveis! Em 1975 com a retirada das tropas norte-americanas a guerra acabou. Na nossa viagem foi muito interessante conhecer os Túneis Cu Chi, túneis estreitos e longos escavados pelos vietcongs, que ficavam neles por dias, semanas, meses ou anos usando-os para se protegerem dos soldados dos EUA e para contra-atacarem. A entrada destes túneis geralmente era bem estreita e escondida.




A cultura budista é muito forte no Vietnã até hoje. O Vietnã tem uma língua que é escrita utilizando-se do nosso alfabeto latino, graças a um francês que introduziu o nosso alfabeto por lá. Mas os vietnamitas pegaram gostos pelos acentos! Acho que aprenderam com os franceses. Como em algumas palavras em francês aprecem dois acentos (em sílabas diferentes), os vietnamitas resolveram radicalizar e em algumas LETRAS das palavras vietnamitas aparecem dois acentos na mesma letra! É Mole?
A partir de Saigon, iniciamos o nosso caminho em sentido ao norte do país rumo à capital Hanói. Dalat mais ao norte é uma cidade turística e montanhosa com várias atrações: cachoeiras, um palácio de verão, uma casa maluca (com uma arquitetura meio surrealista, meio extraterrestre) e algumas tribos de montanhas de povos locais que são chamadas de “chicken villages”!


Já Mui Ne é uma cidade de praia e que tem uma região com belas dunas onde se pode brincar e escorregar usando o famoso “esqui bunda”.




Em Hoi An vimos uma apresentação bela de músicos vietnamitas com seus instrumentos típicos. A música de lá obviamente lembra um pouco a chinesa. Aliás, a China teve uma influência determinante na formação cultural do Vietnã nos últimos dois mil anos.




Bem no meio do país (que, como o Chile, é uma extensa e estreita faixa litorânea indo de norte a sul), está a cidade de Hué que tem grande importância histórica, pois foi a antiga capital do país e é onde estavam a Citadela e a Cidade Proibida Púrpura (que deve ter tido forte influência chinesa), onde vivia a família real, obviamente na época da monarquia.




Ali próximo, estava a zona desmilitarizada que existia entre o Vietnã do Norte e o Vietnã do Sul na época da guerra, mais ou menos como a DMZ (Zona Desmilitarizada) que existe ainda hoje entre as duas Coréias. Daí fomos diretamente para Hanói. A sua maior atração é o Mausoléu de Ho Chi Minh onde está embalsamado o corpo do líder da independência do país. A fila (na maioria de vietnamitas) era imensa e o clima era de muito respeito, mas parecia algo meio religioso ir ver este corpo embalsamado. Independentemente da importância de Ho Chi Minh (o que é óbvio, sobretudo para os próprios vietnamitas, já que ele liderou a luta contra os colonizadores franceses e contra os invasores norte-americanos), parecia claramente um culto religioso. Mausoléus como este, só há o de Mao em Pequim e aquele com o corpo do Lênin em Moscou!




Hanói tem muitas atrações: o palácio presidencial, a 1ª Universidade do Vietnã (que foi fundada em 1070!), o Museu de Etnologia (onde vimos uma exibição magnífica de dois músicos cegos), a casa sobre palafitas onde Ho Chi Minh morava, um belíssimo lago em um parque no centro da cidade e o Espetáculo de Bonecos na Água que é típico da cultura local. Mas em termos de natureza, a grande atração do Vietnã está no litoral, e são as ilhas “psicodélicas” (devidos aos seus formatos) da baia de Halong, ilhas que emergem de dentro da água com os mais diversos jeitos. Muitos turistas vão para o Vietnã somente para passear de barco por esta baia.



O Vietnã atualmente é um país comunista, mas como a China, se abriu nos últimos anos totalmente para investimentos capitalistas de empresas ocidentais que lá atuam como fazem na China e também no Brasil. O País vem se abrindo também no setor do turismo. Por causa do câmbio, este é um país muito barato para se viajar e, portanto, uma outra invasão norte-americana está ocorrendo: a invasão de turistas dos EUA que são encontrados em todos os lugares do Vietnã comprando tudo que podem e trazendo divisas preciosas e gerando riqueza para o país. Ninguém imaginaria isto nos anos 70, não é mesmo. Que esta invasão do bem continue. LONGA VIDA PARA A PAZ! Pois a paz é que viabiliza o turismo!








LAOS


A partir do norte do Vietnã entramos no Laos o último país de nossa viagem. O Laos não tem saída para o mar e é dos países pelos quais viajamos aquele com menor população e com menor riqueza econômica também. Tanto o Laos como o Camboja sofreram seqüelas por tabela com a guerra do Vietnã, devido a incursões tanto de vietcongs quanto de tropas norte-americanas. É um país montanhoso por onde passa o rio Mekong: curtimos muito o passeio que fizemos de barco pelo Mekong. A população do Laos também é de maioria budista.




A sua antiga capital é Luang Prabang, a grande atração do país. Lá, numa região montanhosa, está o Museu do Palácio Real que é um ponto de visita obrigatório.



Há também belas cachoeiras, como a Tat Kuang Si. A cidade tem muito “bicho grilo” e muito turista alternativo e mochileiro, talvez porque ainda não foi descoberta pelo turismão comercial mais tradicional.



Entramos em uma escola para garotos que serão monges budistas. Os mongezinhos (vestidos com as suas túnicas laranjas) são bem agitadinhos como todos os meninos desta faixa de idade e ficaram bastante curiosos pelos “extra-terrestres” que tinham acabado de entrar na classe para conhecer como eram as suas aulas.



A capital do Laos é... vamos ver quem sabe....: Vientienne. Escreve mais ou menos parecido com Vietnã, mas Vientienne não é a capital do Vietnã, viu! Lá há uma série de templos budistas para serem conhecidos, há um curioso Arco do Triunfo oriental (o Patuxai) e há também uma bela construção dourada denominada Pha That Luang que à luz do sol brilhava de forma intensa.


O sudeste asiático está talvez numa das regiões do nosso planeta que é a mais distante do nosso Brasil, portanto há uma diferença cultural imensa, e talvez seja justamente esta diversidade cultural que torne tão interessante, proveitosa, educativa e divertida uma viagem para aqueles lados. Este quase um mês de viagem foi uma verdadeira escola para nós. Para quem puder e tiver dinheiro e disposição, nós recomendamos muito: mas precisa ter espírito aventureiro!