Oceania





OCEANIA



No final de dezembro de 2003 iniciamos uma viagem para conhecer a Austrália e a Nova Zelândia. Viajamos pela companhia Aerolineas Argentinas que, na ida, fez uma escala em Buenos Aires e uma outra em Auckland (na Nova Zelândia) antes de chegarem Sydney, a maior cidade da Austrália. O interessante é que o vôo não vai pelo Pacífico, paralelamente à linha do Equador, mas sim pela Antártida no pólo sul, pois ao longo da superfície esférica da Terra, a menor distância entre Buenos Aires e Auckland (a chamada linha geodésica) se dá pelo continente Antártico!





AUSTRÁLIA



Chegamos em Sydney após uma longa viagem e, depois de estabelecidos em nosso hostel, na primeira oportunidade, fomos para a sua baía, conhecer a construção mais famosa da cidade, a Opera House, o verdadeiro ícone simbólico de Sydney e um dos edifícios mais fotografados do mundo.


A construção da “Casa de Ópera” de Sydney é bem moderna e foi inaugurada em 1973. Ela foi projetada pelo arquiteto dinamarquês Utzon e é hoje um Patrimônio da Humanidade tombado pela Unesco. Ela está encravada entre belos jardins e o mar na sua frente. Passamos o réveillon e vimos os belos fogos de artifício num dos gramados nas proximidades da Opera House. Lá pela uma da manhã do dia 1 de janeiro de 2004, telefonamos para nossos familiares em São Paulo quando ainda era mais ou menos meio dia de 31 de dezembro de 2003! Nada como ser “vanguarda”, não é mesmo! (brincadeirinha...)



A Opera House fica próxima à Ponte da Baía de Sydney, um outro símbolo desta bela e cosmopolita cidade.
  


Um pouco de história! Calcula-se que Austrália foi pela primeira vez habitada por seres humanos há cerca de 40 mil anos. Estes foram os ancestrais dos aborígenes, povos de pele negra (mas que se diferenciam dos africanos por diversos outros traços físicos) que viviam na Austrália quando os ingleses chegaram aqui, a partir da sua “descoberta” feita por James Cook em 1770 (após isto, em 1778 chegou a Sydney a primeira colônia de bandidos, condenados e presos ingleses que para conseguir perdão tinham que aceitar emigrar como colonos para a Austrália, do outro lado do mundo). Os aborígenes que conhecemos foram muito gentis conosco e têm diversos conhecimentos (astronomia, botânica, zoologia, etc) que lhes permitem sobreviver no imenso deserto do interior da Austrália.

Hoje os aborígenes constituem-se em cerca de 1% da população australiana, mas é possível perceber que ainda são discriminados, como foram ao longo dos últimos dois séculos. Mais ou menos na mesma época em que a Alemanha nazista implantava leis que discriminavam os judeus, os australianos faziam o mesmo com os aborígenes. Quem quiser conhecer um pouco sobre esta triste história do passado australiano, deve assistir ao belíssimo filme “Rabbit Proof Fence” (em português, o seu título é “geração roubada”).

A Austrália é um país jovem, com uma população também jovem e tem algumas características que guardam semelhanças com o Brasil: é jovem, tem grande extensão territorial, sua população se formou também a partir de uma mistura grande de diferentes povos migrantes e tem como base econômica a exportação de commodities (minérios e produtos agrícolas). Mas ao contrário do Brasil, grande parte da Austrália é um imenso deserto. E, além disso, a Austrália, assim como a Nova Zelândia, são países que já atingiram um alto estágio de industrialização e podem ser caracterizados como países desenvolvidos e ricos, o que pode ser verificado pelos seus excelentes indicadores de qualidade de vida, desenvolvimento humano, esperança de vida e educação e saúde pública! 

Em Sydney vale a pensa visitar o Zoológico para conhecer os animais típicos deste país-continente, sobretudo os marsupiais. O Coala é um dos símbolos do país, um “ursinho” bem fofo!



Mas o símbolo por excelência do país é o canguru!



Algo curioso ocorreu quando passeávamos por alguns parques de Sydney e avistávamos umas palmeiras com umas “coisas” que pareciam frutas (mais ou menos como mamões ou abacates) presas em seus galhos; quando começou a entardecer percebemos que se tratava de morcegos que quando o dia acaba saem para procurar comida!



 De Sydney fomos para Camberra que é a capital do país. O local que foi escolhido em 1908 para abrigar esta cidade (que como Brasília foi planejada para ser a capital) está localizado a meio caminho entre Sydney e Melbourne, uma espécie de solução de compromisso entre estas que são as duas maiores cidades australianas. Um dos mais importantes edifícios de Camberra é o prédio do Parlamento Novo que tem no seu alto, a bandeira da Austrália tremulando: a Austrália é parlamentarista e a maioria do parlamento elege o primeiro-ministro que governa de fato o país. Como era verão e a cidade não está no litoral como Sydney fazia um calor infernal quando visitamos Camberra.



De Camberra fomos para Melbourne, a outra grande metrópole australiana e que fica na costa sul do país. Melbourne é um importante centro comercial e industrial do país, conta com um grande porto e teve um grande impulso em seu progresso por ter sido a sede dos jogos olímpicos de 1956.



A Austrália só ficou “independente” do Reino Unido em 1901, mas até hoje ela faz parte da Commonwealth (uma comunidade que reúne países que foram colonizados pela Inglaterra) e a rainha da Inglaterra é ainda hoje o chefe de estado da Austrália (uma posição um pouco simbólica, já que o chefe de governo que manda de fato é o primeiro-ministro da Austrália nomeado por parte da maioria do seu parlamento). Significativamente a bandeira da Austrália (da mesma forma que a bandeira da Nova Zelândia) é bem parecida com a bandeira da Inglaterra. 

Uma das mais belas paisagens da Austrália está na “Great Ocean Road”, uma estrada de beira-mar no sul do país que passa próxima aos “Doze apóstolos”, formações rochosas interessantíssimas imensas formadas em alto mar pelos efeitos da erosão.



Fomos então para a cidade de Adelaide, de onde sai o trem que corta a Austrália de sul a norte! Em Adelaide pudemos participar de uma degustação de bons vinhos australianos, em uma região próxima de vinícolas.



Pegamos então o trem “The Ghan” rumo ao centro, ao coração da Austrália.




Como este trem foi possível ir de Adelaide até Alice Springs, uma cidade que está situada bem no meio do continente australiano, perto da montanha meio “alaranjada” denominada Uluru que é um local sagrado para os aborígenes e que é uma das maiores atrações turísticas da Austrália.



Quando fomos conhecer o Uluru, compramos um passeio que envolvia dormir ao ar livre (sem barraca) em pleno deserto (ou melhor, semi-deserto) australiano. Éramos mais de uma dezena de turistas, cada um com seus sacos de dormir.



Quando caiu a noite, após o jantar que preparamos ali mesmo, entramos no saco-de-dormir e quem queria ir no banheiro só precisava se afastar um pouco para o meio da escuridão, atrás das moitas existentes, e usar antigo “método natural”...



Durante a viagem escutamos muito o “djidjiridu”, um antigo instrumento musical de sopro dos aborígenes que produz um som melodioso e contínuo bem característico.

De Alice Springs rumamos de ônibus por mais de mil quilômetros para Darwin, uma cidade que fica na costa norte da Austrália. Mas paramos no caminho para fazer vários passeios. Numa das paradas pudemos até andar de camelo! Os camelos foram trazidos para cá por exploradores afegãos (por isto que o trem chama-se “Ghan”) e acabaram se adaptando ao deserto rigoroso do país.



Além disso, nas proximidades, vimos uma “fazenda” com “emus”, uns pássaros grandes parecidos com as emas da América do Sul e com os avestruzes africanos, uma evidência de que há muitos milhões de anos a América do Sul, a África e a Austrália estavam unidas e se separam com a chamada deriva continental.



No meio do deserto há vários oásis, alguns até com cachoeiras e tomamos um delicioso banho em uma destas cachoeiras.



Enfim, chegamos a Darwin, a maior cidade do norte australiano, com um clima e uma floresta bem tropical. É uma região influenciada pelas monções que afetam o sudeste asiático e inclusive provocam terríveis tufões. Darwin é também onde existem os imensos e perigosos crocodilos de água salgada.



De Darwin voamos de volta para Sydney e daí para a Nova Zelândia.






NOVA ZELÂNDIA



Se a moeda da Austrália é o dólar australiano, a moeda da Nova Zelãndia é o dólar neo-zelandês. Há uma certa rivalidade entre os dois países (como a existente entre Brasil e Argentina) que se manifesta sobretudo nos esportes (principalmente no rugby). Pudemos inclusive assistir ao vivo na Nova Zelândia um jogo de rugby entre dois times importantes, mas deu soninho na gente: o nosso futebol parece ser mais interessante (mas possivelmente eles achem o contrário).



A Nova Zelândia é composta de duas ilhas: a dos sul e a do norte. Na ilha do Sul a maior cidade é com certeza Christchurch. Mesmo assim ela é tranqüila, com muitos parques e uma imensa praia que estava vazia, pois mesmo sendo meio do verão, fazia frio e ninguém estava pegando praia por lá! 





Uma região bonita é a dos “Alpes neo-zelandeses” no interior da ilha do sul que apresenta picos nevados e uma paisagem belíssima.




O pássaro que é o símbolo da Nova Zelândia é o Kiwi, um pássaro meio gordinho com um bico fino e pontudo e que é incapaz de voar e está em processo de extinção. Há até esculturas espalhadas pelo país de kiwis e os próprios “neo-zelandeses” são chamados pelos australianos carinhosamente pelo apelido de “kiwis”.



Nas suas proximidades está Queenstown, uma cidade tranquila conhecida pelos excelentes pontos para fazer bungy jump, o esporte radical na qual pula-se de uma grande altura preso a uma corda elástica que quando você está próximo de colidir com o chão estica-se de modo que puxa você de novo para o alto que vira uma espécie de iô-iô humano! O mais alto bungy jump do mundo é o do rio Nevis, com uma corda elástica de 134 metros! O Ricardo não agüentou e pulou neste bungy jump. Para ir até o local de pular que fica preso (“pendurado”) bem no meio de um canyon é necessário pegar uma espécie de bondinho.




Um outro bungy jump de cerca de 108 metros é em forma de “balanço”: após o pulo a pessoa fica balançando como um pêndulo entre um lado e outro, e após parar é içada de volta. O Ricardo também não resistiu e pulou neste bungy jump, junto com outros “companheiros” que tentaram amedrontá-lo antes do pulo. 



Como a viagem pela Nova Zelândia continuou, vocês podem concluir que a corda elástica não arrebentou em nenhum destes dois bungy jumps! Ainda bem... Continuando o passeio, a Divina resolveu tomar um banho de ofurô no hotel/spa em que estávamos hospedados.




Na região montanhosa da ilha do sul há inclusive belos glaciares (perto de picos nevados frequentemente cobertos por nuvens) a serem explorados pelos viajantes mais intrépidos.



Em um Ferry Boat, atravessamos os 26 km do estreito de Cook, o canal entre a ilha do sul e a ilha do norte, e chegamos até Wellington, a capital da Nova Zelândia.



Em Wellington está situado o parlamento neo-zelandês que elege o primeiro-ministro  que é o chefe de governo (o chefe de estado, como no caso da Austrália é a rainha da Inglaterra).



A população da Nova Zelândia é de cerca de 4 milhões de habitantes, mais ou menos a população da zona leste da cidade de São Paulo. Os habitantes que viviam na Nova Zelândia antes da chegada dos ingleses eram os maoris, “indígenas” que lembram um pouco os habitantes originais da polinésia, da Ilha de Páscoa e inclusive os índios americanos. Os maoris são bem diferentes dos aborígenes australianos até porque a Austrália e a Nova Zelândia foram ocupadas por humanos em época bem diferentes: a Austrália há cerca de 40 mil anos e a Nova Zelândia há menos de mil anos! São histórias, portanto, totalmente diferentes.



A maior cidade da Nova Zelândia é Auckland situada mais ao norte e caracterizada pela sua imensa e modernosa Torre (“Sky Tower”).


Auckland é a capital econômica do país, tem um movimentado porto e está na proximidade de uma série de vulcões, pois a cidade é na verdade atravessada por um “campo vulcânico”!



Muito legal também foi visitar o Aquário de Auckland, cheio de peixes interessantes e curiosos.



A Austrália e a Nova Zelândia estão bem distantes das terras tupiniquins, mas para quem gosta de (e pode) viajar, vale a pena ir ao outro lado do planeta para conhecê-los. Como ambos são países jovens (como o Brasil) e que propiciam uma boa qualidade de vida para seus habitantes, com bons serviços públicos (educação e saúde) para todos os seus cidadãos, estes dois países (sobretudo a Austrália) podem fornecer exemplos de como o nosso querido Brasil pode se desenvolver, diminuindo as nossas desigualdades gritantes e investindo os recursos provenientes de nossas riquezas minerais e agrícolas na melhoria da qualidade de vida de toda a população brasileira.



Nenhum comentário:

Postar um comentário